Na Federasul, Leite e Sartori tentam diferenciar propostas
Candidatos participaram de painel com temas referentes ao setor produtivo
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Ambos deram início as suas explanações destacando o que apontam como pontos positivos em suas respectivas gestões. Leite sobre quando esteve à frente da prefeitura de Pelotas e Sartori acerca da atual administração estadual. Como vem se repetindo desde o primeiro turno, Sartori ressaltou que o PSDB participou de seu governo até quase o final, uma estratégia que visa desconstruir o discurso de Leite de que tem propostas diversas ou se apresentar como uma novidade mais arrojada. O tucano, por sua vez, também em uma narrativa que vem desde o primeiro turno, no sentido de estabelecer diferenças entre seu projeto e o do emedebista, disse que governar é muito mais do que “resolver os problemas de caixa” e que os avanços do atual governo são tímidos.
Quando falaram sobre a dívida com a União, Leite ressalvou que é favorável à privatização da CEEE, Sulgás e CRM, mas lembrou que o Rio de Janeiro não precisou privatizar empresas para assinar o Regime de Recuperação Fiscal. Sartori rebateu que conhece bem a realidade do Estado e que alguns acham que tudo está pronto, mas que ele prefere ter calma e os pés no chão.
Na prática, os candidatos apresentaram divergências de propostas quando trataram da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e sobre a manutenção das atuais alíquotas do ICMS. Sartori defendeu a continuidade da empresa, com a possibilidade de deixar com ela o que não for concedido. Declarou que o déficit fiscal inviabiliza a redução das alíquotas. Leite contou que pretende extinguir a EGR e que ela é “um erro”. Defendeu que a majoração nas alíquotas do ICMS valha por mais dois anos, com redução gradual no período.
Apesar de os dois candidatos evitarem ataques diretos, uma certa animosidade, que vem marcando também a propaganda eleitoral, ficou evidente no painel da Federasul. Já na segunda metade do painel, Sartori alfinetou o adversário: “Tem gente aqui que diz que vai fazer o que nós estamos fazendo. Vamos parar. Vamos olhar para a frente. Não vamos nos desconstituir um com o outro. Quem me conhece na vida pública sabe que eu construo pontes e não derrubo pontes para amanhã”. Leite rebateu: “Só quero deixar claro o seguinte: em nenhum momento houve qualquer palavra minha para desconstituir o governador pessoalmente. Eu respeito ele pessoalmente. Quem não respeita é ele que, na sua propaganda, faz alusão a uma embalagem bonitinha, mas com conteúdo ruim. Eu estou discutindo ações de governo”.