Na Federasul, Leite e Sartori tentam diferenciar propostas

Na Federasul, Leite e Sartori tentam diferenciar propostas

Candidatos participaram de painel com temas referentes ao setor produtivo

Flavia Bemfica

Candidatos participaram de evento na Federasul

publicidade

Os temas de interesse do setor produtivo, como manutenção ou não das atuais alíquotas de ICMS, a desburocratização, a dívida com a União, as privatizações e concessões, além das políticas para manutenção de empresas no Rio Grande do Sul, marcaram o painel realizado no início da tarde desta quarta-feira pela Federasul com os dois candidatos ao governo do Estado. Durante cerca de uma hora, Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB) responderam a perguntas formuladas pela entidade.

Ambos deram início as suas explanações destacando o que apontam como pontos positivos em suas respectivas gestões. Leite sobre quando esteve à frente da prefeitura de Pelotas e Sartori acerca da atual administração estadual. Como vem se repetindo desde o primeiro turno, Sartori ressaltou que o PSDB participou de seu governo até quase o final, uma estratégia que visa desconstruir o discurso de Leite de que tem propostas diversas ou se apresentar como uma novidade mais arrojada. O tucano, por sua vez, também em uma narrativa que vem desde o primeiro turno, no sentido de estabelecer diferenças entre seu projeto e o do emedebista, disse que governar é muito mais do que “resolver os problemas de caixa” e que os avanços do atual governo são tímidos.

Quando falaram sobre a dívida com a União, Leite ressalvou que é favorável à privatização da CEEE, Sulgás e CRM, mas lembrou que o Rio de Janeiro não precisou privatizar empresas para assinar o Regime de Recuperação Fiscal. Sartori rebateu que conhece bem a realidade do Estado e que alguns acham que tudo está pronto, mas que ele prefere ter calma e os pés no chão.

Na prática, os candidatos apresentaram divergências de propostas quando trataram da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e sobre a manutenção das atuais alíquotas do ICMS. Sartori defendeu a continuidade da empresa, com a possibilidade de deixar com ela o que não for concedido. Declarou que o déficit fiscal inviabiliza a redução das alíquotas. Leite contou que pretende extinguir a EGR e que ela é “um erro”. Defendeu que a majoração nas alíquotas do ICMS valha por mais dois anos, com redução gradual no período.

Apesar de os dois candidatos evitarem ataques diretos, uma certa animosidade, que vem marcando também a propaganda eleitoral, ficou evidente no painel da Federasul. Já na segunda metade do painel, Sartori alfinetou o adversário: “Tem gente aqui que diz que vai fazer o que nós estamos fazendo. Vamos parar. Vamos olhar para a frente. Não vamos nos desconstituir um com o outro. Quem me conhece na vida pública sabe que eu construo pontes e não derrubo pontes para amanhã”. Leite rebateu: “Só quero deixar claro o seguinte: em nenhum momento houve qualquer palavra minha para desconstituir o governador pessoalmente. Eu respeito ele pessoalmente. Quem não respeita é ele que, na sua propaganda, faz alusão a uma embalagem bonitinha, mas com conteúdo ruim. Eu estou discutindo ações de governo”.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895