Novo secretário quer diminuir déficit carcerário para cerca de 4 mil vagas

Novo secretário quer diminuir déficit carcerário para cerca de 4 mil vagas

Recém-empossado, Airton Michels afirma ter restrições às PPPs para construção de presídios

Sirlei Pastore / Rádio Guaíba

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O novo secretário estadual da Segurança Pública do Estado, Airton Michels, admitiu ser muito difícil, em quatro anos, acabar com a superlotação nos presídios gaúchos. Apesar de a questão carcerária ser um dos desafios de sua gestão, ele ponderou que, se acabar o mandato com um déficit de três a quatro mil vagas, já vai considerar o mandato bem sucedido.

Hoje, faltam 11 mil vagas no sistema, que tem um terço das casas prisionais parcialmente interditadas em função da superlotação. O secretário reconhece que, mesmo que sejam tomadas medidas desencarceradoras, com maior incentivo a penas alternativas, a população prisional não deve diminuir nos próximos anos. Michels foi empossado nesta segunda-feira no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari

O secretário vai avaliar a utilização de Parcerias Público Privadas (PPPs) na construção do complexo carcerário de Canoas. Michels disse que as PPPs comprometem parte importante do orçamento da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), nos próximos 20 anos, para atender apenas três mil presos.

“Elas (PPPs) atendem muito bem a questão prisional, mas servem a um número limitado de presos e consomem parte importantíssima da capacidade de investimentos das secretarias e superintendências”, avaliou. No final do governo, Yeda Crusius revogou todas as Parcerias Público-Privadas no Estado, incluindo a do presídio de Canoas.

Michels também afirmou que vai avaliar a proposta do novo chefe de Polícia, delegado Ranolfo Vieira Júnior, para ampliação do número de delegacias especializadas no Estado. No discurso de posse, o secretário destacou a importância do investimento em inteligência policial e tecnologia, mas ressaltou a necessidade de despertar a cidadania na solução de crimes, especialmente, de homicídio.

Segundo ele, apenas 25% dos inquéritos de homicídio, em média, conseguem chegar à autoria do crime. “A culpa não é só da polícia”, alertou. O secretário lembrou que há um temor das pessoas em relatar os fatos à Justiça.

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