OAS tinha setor de propinas, diz ex-diretor

OAS tinha setor de propinas, diz ex-diretor

Agenor Franklin Medeiros admitiu pagamentos irregulares em contratos da Petrobras

AE

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O ex-diretor da OAS, Agenor Franklin Medeiros, afirmou na quinta-feira que, a exemplo da Odebrecht, a construtora também tinha um setor destinado a realizar os pagamentos de propina.

Interrogado pelo juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, ele admitiu pagamentos irregulares em contratos da Petrobras e disse que os pagamentos eram distribuídos por uma área da OAS comandada por um outro executivo do grupo, Mateus Coutinho, condenado em primeiro grau na Lava Jato, mas absolvido pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região.

"Existe uma área da empresa que trabalha na parte de vantagens indevidas. Uma área chamada 'Controladoria', onde doações a partidos até de forma oficial saíam. Nessa época, o gerente era o Mateus Coutinho. Ele se reportava ao diretor financeiro. Na época era Sérgio Pinheiro", afirmou.

Em novembro de 2014, Coutinho foi preso na Operação Juízo Final, junto a outros altos executivos da OAS, inclusive o ex-presidente da empreiteira, José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro.

Na ação penal da Juízo Final, Mateus Coutinho foi condenado a 11 anos de prisão por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O executivo recorreu ao TRF-4 e foi absolvido.

Tríplex

Medeiros apontou o envolvimento de Coutinho ao depor na ação penal do caso que apura se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu um tríplex como forma de propina. Medeiros também é réu no caso.

Outro ex-diretor da OAS, Roberto Moreira Ferreira, disse nesta quinta, em depoimento a Moro, que o tríplex 164-A, no Edifício Solaris, no Guarujá (SP), estava "reservado" para o ex-presidente. O petista nega. O ex-diretor afirmou ainda que o apartamento no Guarujá "nunca" foi colocado para venda pública pela empreiteira.

Odebrecht

O setor destinado ao pagamento de propinas da Odebrecht movimentou cerca de US$ 3,4 bilhões entre 2006 e 2014, segundo planilha entregue ao Ministério Público Federal pelo ex-executivo do grupo Hilberto Mascarenhas, responsável pelo chamado Setor de Operações Estruturada, que realizava o controle de vantagens indevidas pagas a políticos.

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