Olívio Dutra diz que esquerda precisa de projeto estratégico de transformação
Ex-governador participou nesta quinta-feira do Fórum Social Temático
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Como governador, Olívio inaugurou o Fórum Social Mundial na capital gaúcha em 2001. O evento completa nesta edição 15 anos. Sob fortes aplausos da plateia, ele destacou que as transformações são impulsionadas de “baixo para cima”. “Isso não se dá da noite para o dia, é um processo que se altera pelo protagonismo do povo, pela possibilidade de cada pessoa, organizada nos seus movimentos, de se tornar sujeito da política”, disse.
Na avaliação dele, o Estado segue como uma estrutura que serve às grandes corporações. “Não é construir outro mundo possível. É dizer que é possível construir outro mundo de superação do capitalismo”, defendeu. O cubano Alfredo Peres Alemany, do Comitê de Defesa da Revolução de Cuba, destacou a necessidade de integração dos povos latinos para superação das desigualdades. “As alternativas para nossa luta estão claras: é mais integração para o nosso povo. É a Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América). É mais luta, porque só assim se alcança a vitória”, convocou.
Relembrando as dificuldades do embargo econômico imposto pelos Estados Unidos à ilha caribenha, Alemany fez críticas à reaproximação diplomática entre os dois países, que ainda não trouxe mudanças concretas na qualidade de vida da população.
A vereadora portalegrense Jussara Cony relembrou lutas recentes importantes, como a “primavera das mulheres”, protestos contra projetos de lei que restringem medidas de prevenção em caso de estupro, e a resistência em seguir com o Programa Mais Médicos que levou profissionais cubanos para áreas desassistidas de assistência em saúde. “O programa está pondo em xeque o currículo brasileiro. Uma pátria tem que ser educadora para a soberania”, declarou.
Reginaldo Bispo, do movimento negro, também enalteceu a luta de movimento populares, especialmente da população negra. Ele lembrou que os ataques a esse segmento ocorrem de diversas formas. “Não se faz genocídio apenas com armas, mas pela pobreza, com pouco atendimento médico, insalubridade, má educação, desnutrição. Os números que nós lideramos são só os dos mortos por bala”, contestou.