Onyx critica gestão de Leite e diz que concorrerá ao governo em 2026

Onyx critica gestão de Leite e diz que concorrerá ao governo em 2026

Em Porto Alegre, ex-ministro lançou livro sobre trajetória de Jair Bolsonaro

Felipe Nabinger

Onyx deverá lançar o livro em outras 12 cidades gaúchas nos próximos dias

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O ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) tem planos bem definidos para seu futuro político. Defensor do legado do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do qual fez parte em mais de uma pasta, Lorenzoni se prepara em Portugal, onde cursa Gestão Pública, com a meta de chegar ao Palácio Piratini em 2026. 

"Não tenho nenhum outro projeto político. O meu projeto é ser governador do RS. O RS precisa de um governador que inove e transforme. O governo atual é medíocre", afirmou em Porto Alegre, onde realizou sessão de autógrafos do seu livro, "Do Baixo Clero ao Planalto", em que narra a trajetória de Bolsonaro antes e durante seu governo. 

Entre às principais críticas ao governo de Eduardo Leite (PSDB), Onyx cita vendas do patrimônio público como medida paliativa do tucano para as finanças e o formato de adesão Regime de Recuperação Fiscal (RRF), citando que os próprios integrantes do governo o veem como "impagável".

Onyx vinha evitando posicionar-se sobre o tema após a eleição de 2022. "Me cabia ser respeitoso com a decisão da maioria da população. Fiquei seis meses sem falar uma palavra. Eu lamento. Não me alegra fazer esse tipo de crítica. Queria dizer que perdi a eleição e o governo está indo bem. Não está. Está afundando o RS."

O ex-ministro estará nas eleições 2024 como um "cabo eleitoral dos amigos" em municípios do Estado. Prefeito e vice de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) e Ricardo Gomes (PL), que estavam presentes no lançamento do livro, em um hotel da Capital, são alguns que podem se valer desse capital político. 

Onyx projeta voltar de Portugal, em definitivo, na metade de 2025, com a meta de visitar todas as cidades do RS em pré-campanha. Ele afirma que após analisar erros e acertos da campanha passada, busca se reinventar e voltou aos bancos acadêmicos para se apresentar ainda melhor em 2026. 

Questionado sobre o relatório da CPI dos atos de 8 de janeiro, que pede indiciamento de Bolsonaro, Onyx diz que "desde o primeiro dia tinha uma certeza" que ele seria indiciado. "Faz parte da construção da narrativa que a esquerda brasileira usa para desconstruir o governo Bolsonaro", diz, afirmando que há uma distorção por parte do que chama de "o sistema", formado por entes políticos, parte da mídia e o Judiciário. 

Mantendo-se fiel a Bolsonaro, no entanto, Onyx não vê possibilidade de reversão de cenário quanto a eleição de 2026, quando o ex-presidente ainda estará inelegível. No entanto, acredita ser necessário primeiro uma construção, que passa pela eleição de 2024, até se chegar a um nome de consenso para receber o apoio do ex-presidente. 

Para isso, ele defende a organização da direita. Na Europa, Onyx participa de encontros com partidos da direita de Portugal, Itália e Espanha, a fim de criar uma unidade de pautas e discurso com o espectro político do qual faz parte no Brasil. 

Conforme o ex-ministro, nomes para uma disputa em 2026 não faltam. Ele cita o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do Paraná, Ratinho Junior (PSD) e da ex-ministra Tereza Cristina (PL) como algumas possibilidades, embora seja tudo ainda incipiente.

Com a presença de deputados estaduais, políticos e autoridades, Onyx Lorenzoni fez o lançamento e a sessão de autógrafos de seu oitavo livro. Nele relata passagens com o ex-presidente, Jair Bolsonaro, além de atos do governo no qual Onyx ocupou cinco ministérios entre 2018 e 2022. O prefácio traz uma mensagem de Bolsonaro. O lançamento, que já ocorreu em Bento Gonçalves, será feito ainda em 12 cidades gaúchas nos próximos dias.


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