Operação da PF apura corrupção na OAB de São Paulo

Operação da PF apura corrupção na OAB de São Paulo

Ação também apura tráfico de influência na seccional paulista

AE

Operação Ateliê visa a cumprir seis mandados de busca e apreensão em São Paulo

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A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira a Operação Ateliê para investigar suspeita de crimes de corrupção, tráfico de influência, advocacia administrativa e associação criminosa, praticados no âmbito da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP). As penas, somadas, podem chegar a 12 anos de reclusão. Em novembro, a OAB de São Paulo vai eleger seu novo presidente.

De acordo com a corporação, dois advogados foram cautelarmente afastados de suas funções na entidade. Agentes cumpriram seis mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santana de Parnaíba e Jundiaí.

A ofensiva é um desdobramento da Operação Biltre, que mirou um grupo formado por um empresário e dois advogados, um deles membro do Conselho Secional da OAB, por suposta solicitação de propina de R$ 250 mil para atuar no Tribunal de Ética e Disciplina da entidade e encerrar processos disciplinares em tramitação, bem como retirá-los de pauta. Na ocasião, a OAB-SP registrou que foi determinada uma apuração interna sobre o caso.

Segundo a PF, as investigações também identificaram "outros casos aparentemente análogos", além de indícios da participação do advogado Fernando Calza de Salles Freire, conselheiro federal da OAB (atualmente licenciado da função), no esquema criminoso. Procurado, o advogado disse ao <b>Estadão</b> que a operação está sob sigilo e não quis se manifestar.

Candidatos à presidência da OAB-SP lamentaram a operação da PF. "É triste ver a OAB-SP envolvida em tantas denúncias, sobretudo nesse momento em que precisamos de instituições fortes para defender nossa democracia", disse o advogado Leonardo Sica.

"Não é esse o legado que nós queremos", disse o concorrente Mário de Oliveira Filho.

Defesa

A OAB-SP e seu Tribunal de Ética e Disciplina (TED) afirmaram, em nota, que nenhum conselheiro ou integrante da atual gestão é alvo das diligências, e que iniciou uma apuração interna. "A OAB-SP vem contribuindo com as autoridades. Todos os procedimentos internos permanecem hígidos. Aguardamos as conclusões das investigações policiais para que a sindicância interna, em curso, seja finalizada."


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