"Operação Lava Jato é a Diretas-Já do novo Brasil', diz presidente do TRF-2

"Operação Lava Jato é a Diretas-Já do novo Brasil', diz presidente do TRF-2

Desembargador André Fontes disse que ofensiva irá acabar com ditadura da impunidade

AE

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"A Lava Jato é a Diretas-Já do novo Brasil. Vai acabar com a ditadura da corrupção e da impunidade." O paralelo histórico é do desembargador André Fontes, presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), a segunda instância da Operação Lava Jato no Rio. 

Na primeira, atua, com explícito apoio de Fontes, o juiz federal Marcelo Bretas. Questionamentos de suas decisões vão parar em uma turma especial do TRF-2, com três desembargadores: Abel Gomes, o relator, Paulo Espírito Santo, o decano do tribunal, e Ivan Athie.

Ao contrário de colegas da 8ª Turma do TRF-4, em Porto Alegre, que cuidam só da Lava Jato do juiz Sérgio Moro, eles acumulam ações previdenciárias e sobre propriedade industrial. Fontes recebeu o Estado em seu gabinete no 20º andar do edifício-sede, no centro do Rio.

Em entrevista, André Fontes responsabilizou a corrupção pela pobreza e concentração econômica do Brasil, além de atribuir a falta de competitividade do Estado do Rio de Janeiro. " Se o Rio de Janeiro hoje não tem competitividade econômica, nem industrial, é por conta da corrupção, dos impostos que são pagos indevidamente e acabam gerando vantagem para terceiros, e por conta da falta de atenção no trato das questões públicas. O Rio de Janeiro é o pior ambiente de negócios do Brasil", ressaltou.

Como forma de solucionar tais questões, o desembargador nomeou a Operação Lava Jato como "ímpar" e sem desvios, o que, segundo ele, seria uma boa oportunidade para o Brasil mudar. Além disso, fez referência às Diretas-Já, movimento que acompanhou durante a infância.

Ainda sobre a Operação, o magistrado atribuiu o juiz Sérgio Moro pioneirismo na técnica do combate à corrupção. "É como se o dr. Moro tivesse feito a primeira semeadura. E agora nós temos a experiência da prática. Com a experiência que extraiu do dr. Moro, o dr. Bretas planejou a atuação dele de modo a preservar os direitos fundamentais, a privacidade, a separar e distinguir o joio do trigo ", concluiu.

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