Panamá afasta Odebrecht de licitações após acusações de propinas

Panamá afasta Odebrecht de licitações após acusações de propinas

Proibição vai durar até que empreiteira demonstre plena cooperação com a investigação na Lava Jato

AFP

Panamá afasta Odebrecht de licitações após acusações de propinas

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O governo do Panamá anunciou nessa terça-feira que a Odebrecht não poderá participar de futuras licitações públicas depois que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos concluiu que a empreiteira brasileira recorreu ao pagamento de propinas em nove países latino-americanos para obter contratos.

Em comunicado lido pelo chefe da Casa Civil, Alvaro Aleman, o governo decidiu "tomar as medidas necessárias para proibir o Grupo Odebrecht de participar de qualquer processo de licitação pública". A proibição vai durar até que a Odebrecht demonstre a plena cooperação com uma investigação, e pague ao Panamá pelos possíveis danos, acrescentou.

Aleman também advertiu que o Panamá tomará medidas para garantir que a Odebrecht deixe os processos de licitação de que participa. Eles incluem uma nova linha de metrô da Cidade do Panamá e uma quarta ponte sobre o Canal do Panamá. O Panamá também vai descartar "sem custo para o Estado" o projeto de hidrelétrica que a companhia e o governo construiriam juntos.

Em nota, a Odebrecht declarou apenas que "não se manifesta sobre o tema, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça. A empresa está implantando as melhores práticas de compliance, baseadas na ética, transparência e integridade". O anúncio aconteceu no mesmo dia em que procuradores panamenhos foram aos EUA buscar informações sobre os supostos subornos feitos pela Odebrecht a funcionários públicos da América Central.

O Departamento de Justiça dos EUA informou recentemente que a Odebrecht pagou centenas de milhões de dólares em subornos para obter contratos em nove países latino-americanos. O escritório de auditoria do Panamá disse que está investigando Carlos Ho Gonzalez, um ex-funcionário de obras públicas. Pessoas ainda em atividade que tiveram um aumento de renda potencialmente suspeito também podem ser investigadas, de acordo com o
governo.

Os filhos do ex-presidente Ricardo Martinelli negaram aos jornais brasileiros que receberam US$ 6 milhões destinados como suborno da Odebrecht para seu pai. Martinelli vive em exílio voluntário em Miami. O governo panamenho solicitou sua extradição por alegações de espionagem e corrupção.

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