'Passo fundamental na construção da paz', diz Lula sobre cessar-fogo entre Colômbia e guerrilha

'Passo fundamental na construção da paz', diz Lula sobre cessar-fogo entre Colômbia e guerrilha

Acordo entre o presidente colombiano e o líder do Exército de Libertação Nacional (ELN) tem prazo de seis meses

R7

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pelo acordo de cessar-fogo por seis meses com o Exército de Libertação Nacional (ELN). "Um passo fundamental na construção da paz para os povos latino-americanos", disse Lula, neste sábado (10), em uma rede social. O pacto, assinado na presença do presidente Petro e do líder da guerrilha, Antonio García, foi anunciado nessa sexta-feira (9) pelo governo colombiano. 

Desde o início do ano, as partes negociam um cessar-fogo. Em janeiro, guerrilha e governo viveram um momento tenso quando os rebeldes negaram uma trégua bilateral com os principais grupos armados do país que Petro havia anunciado na véspera de Ano Novo. Em março, houve um segundo ciclo de negociações na Cidade do México, mas não se chegou a um acordo. 

Segundo o documento acordado, o cessar-fogo será implementado em 3 de agosto e feito por fases. As negociações serão progressivas até um possível acordo final, em maio de 2025, e a trégua será monitorada pelas Nações Unidas, a Igreja Católica, os países garantidores e representantes da sociedade civil. 

"O mundo das armas e de matar uns aos outros precisa acabar", disse o presidente da Colômbia, durante a cerimônia.

O comandante guerrilheiro, Pablo Beltrán, também discursou. "Este tipo de acordo é uma esperança de que os conflitos possam ser resolvidos por vias diplomáticas e políticas."

Seis décadas de conflito

O conflito na Colômbia dura quase seis décadas e já matou pelo menos 450 mil pessoas. Inspirado pela revolução cubana e por ideais marxistas, com o tempo o Exército de Libertação Nacional passou a ter em sequestros, extorsão e nas ligações com o narcotráfico suas principais fontes de receita.

Isso fez com que o grupo guerrilheiro passasse a ter cada vez menos apoio da população colombiana devido a seus métodos violentos de atuação. 

O atual presidente colombiano, Gustavo Petro, integrou a luta armada, mas abandonou a guerrilha três décadas atrás. Já eleito presidente, ele  prometeu  defender a paz e a estabilidade política no país.

"Vai começar o primeiro governo que esperamos seja da paz. Que possa trazer à Colômbia o que não teve durante séculos, que é a tranquilidade e a paz. Aqui começa um governo que lutará pela justiça ambiental", disse Petro, em um evento no ano passado, pouco antes de tomar posse.


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