Pazuello contesta Pfizer e afirma que respondeu oferta de vacina

Pazuello contesta Pfizer e afirma que respondeu oferta de vacina

Ex-ministro da Saúde disse, porém, que não poderia negociar com a farmacêutica e encaminhará comprovação de retorno

R7

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Em depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (19), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello contestou a versão dada pelo diretor-geral da Pfizer na América Latina, disse que respondeu a farmacêutica "inúmeras vezes", mas que não podia negociar com a empresa.

"Nós respondemos inúmeras vezes a Pfizer. De agosto a setembro. Eu tenho todas as comunicações com a Pfizer. A resposta à Pfizer é uma negociação, que começa no momento da proposta e termina com a assinatura. A resposta sempre foi sim, queremos comprar, é nosso interesse comprar da Pfizer, mas não posso comprar se não flexibilizar em tal medida, se facilitar a entrega. Eu tenho documento e será encaminhado à CPI", disse Pazuello.

A Pfizer encaminhou, em 12 de setembro de 2020, uma carta sobre aquisição de vacina contra a covid-19 para o presidente Jair Bolsonaro, vice-presidente Hamilton Mourão, embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Foster, e os ministros Braga Netto (Casa Civil), Eduardo Pazuello (Saúde) e Paulo Guedes (Economia). O documento foi revelado na íntegra pelo R7 Planalto. O envio da carta foi confirmado pelo diretor-geral da empresa para América Latina, Carlos Murillo, em depoimento ao membros do colegiado.

Na CPI, contudo, Pazuello contestou a versão dada pela empresa, disse que, sim, respondeu "inúmeras vezes", mas que não podia negociar com a farmacêutica. O relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), questionou o general da ativa do Exército Brasileiro o motivo de não ter tomado a frente das negociações.

"Eu sou decisor, não posso negociar com a empresa. Quem negocia é o administrativo, não o ministro. O senhor deveria saber disso. Eu retiro. O ministro não pode receber empresa, não pode fazer negociação com empresa. Eu recebo o presidente da Pfizer socialmente, mas a negociação é feita no nível da administração", respondeu Pazuello.

O ex-ministro afirmou categoricamente que "não houve decisão de não responder" a Pfizer, e informou que Bolsonaro "era informado o tempo todo sobre minhas conduções". Em depoimento à CPI, a Pfizer contou, ainda, a participação do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) em reunião com a farmacêutica e com o ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fábio Wajngarten. Pazuello, por sua vez, disse "nunca ouvi falar disso".


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