Pazuello diz que se antecipou aos fatos em colapso no Amazonas

Pazuello diz que se antecipou aos fatos em colapso no Amazonas

Ex-ministro da Saúde tem um habeas corpus do STF que lhe permite ficar calado em respostas que poderiam incriminá-lo

R7

General Eduardo Pazuello detalhou por 40 minutos as ações do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus

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O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou à CPI da Covid, do Senado, nesta quarta-feira que se antecipou aos fatos relacionados ao colapso no Amazonas durante a pandemia de Covid-19 e, já no final de dezembro, foi ao local para propor medidas de apoio. Pazuello responde na Justiça a ações que investigam sua atuação no colapso da Saúde do Amazonas, que teve seu auge em janeiro de 2021.

"Mesmo antes de conhecermos a profundidade plena dos fatos decidi deslocar imediatamente o gabinete do ministro juntamente com todos os secretários nacionais de Saúde para Manaus para prestarmos todo o apoio possível ao governo do Estado e ao município", disse o ex-ministro.

De acordo com ele, graças ao governo federal foram enviados 1,6 bilhão de metros cúbicos de oxigênio e equipamentos ao Amazonas, o que permitiu estabilizar a falta do item em seis dias.

Uma longa fala inicial

Em sua fala inicial, antes das perguntas, Pazuello declarou que foi chamado por Jair Bolsonaro, em abril de 2020, para assumir o cargo de secretário-executivo do Ministério da Saúde por 90 dias e depois voltaria a suas funções no Exército (ele é general).

Ele detalhou por 40 minutos as ações do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. Citou inicialmente o auxílio emergencial, dado pela União, mas não por seu ministério, a pessoas que ficaram sem emprego e renda durante a crise sanitária.

Entre as ações da pasta da Saúde, deu bastante destaque ao foco nas mídias regionais para divulgar informações sobre a Covid-19. O general do Exército também elogiou o SUS (Sistema Único de Saúde) e o desenvolvimento da capacidade de testagem de brasileiros no país contra a Covid-19.

Pazuello lembrou que o combate à pandemia era função do governo do presidente Jair Bolsonaro, de Estados e municípios, mas, em sua opinião, o Supremo Tribunal Federal (STF) restringiu o poder de ação federal.

O ex-ministro falou rapidamente sobre um tema central de sua gestão: a defesa da cloroquina: "Não há tratamentos cientificamente comprovados", admitiu, mas adicionou o comentário de que a prescrição de medicamentos fora da bula é uma prerrogativa dos médicos.

"Nunca se investiu tanto em saúde em nossa história", disse Pazuello ao mencionar os valores enviados da União a Estados e municípios. Seriam R$ 115 bilhões em 2020 e R$ 34 bilhões em 2021, acrescentando à soma recursos para a manutenção do SUS que já eram depositados antes da pandemia.

Adiamento

O ex-ministro seria ouvido no dia 5 de maio, mas o Comando do Exército informou à CPI que o ex-ministro estava em quarentena após ter tido contato com duas pessoas diagnosticadas com Covid-19.

Apesar do habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Pazuello não poderá deixar de responder, de acordo com o STF, sobre fatos relacionados a terceiros, como o presidente Jair Bolsonaro.


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