PDT decide ficar neutro e libera votação em Leite ou Sartori no RS

O PDT decidiu, na noite desta segunda-feira, liberar os filiados neste segundo turno da eleição ao governo estadual. Desta forma, não indicará votos nem no governador José Ivo Sartori, do MDB, nem no candidato do PSDB, Eduardo Leite. O partido, que esteve no Palácio Piratini nas últimas três administrações, ao lado dos governos Yeda Crusius (PSDB), Tarso Genro (PT) e José Ivo Sartori (MDB), optou agora pela neutralidade.

Em clima tenso, o diretório do PDT gaúcho iniciou a discussão, ao final da tarde dessa segunda-feira, para deliberar o posicionamento formal da sigla. Acompanhar uma das candidaturas que se mantiveram no pleito, com a postura denominada “apoio crítico” ou optar pela neutralidade, sem participação nas campanhas. O debate teve início com inscrições de membros do diretório para que fizessem suas falas em defesa de alguma das teses. Nos bastidores, pedetistas externavam sua incerteza sobre o desfecho da reunião. Diziam haver apoiadores para Eduardo Leite e também para José Ivo Sartori, apesar de mencionarem, em diversas falas, o desejo pela independência.

Tal preferência se confirmou nos discursos de lideranças como o presidente Pompeo de Mattos (PDT), de parlamentares eleitos e do próprio candidato trabalhista, Jairo Jorge, que obteve a quarta colocação no primeiro turno, com 11,08% dos votos válidos. “Os dois concorrentes que estão no segundo turno representam praticamente o mesmo projeto. Eles apenas estão se acotovelando para ver qual dos dois vai implementar. A gente sabe bem qual é esse projeto. É a venda do patrimônio público e a continuidade do sucateamento do serviços prestados à população”, apontou a deputada estadual reeleita Juliana Brizola.

No decorrer das exposições, contudo, nenhum orador se apresentou para defender apoio a Eduardo Leite. Já o prefeito de São Gabriel, Rossano Dotto Gonçalves (PDT), sustentou aos correligionários que o apoio a Sartori seria o caminho adequado. “Defendo o exercício democrático sem paixão partidária. Nosso Estado não progride porque nunca decide pela continuidade de um projeto. Estivemos com Sartori, que tentou fazer o melhor de todas as formas possíveis, por isso deveríamos sustentar nosso apoio”, argumentou.

Rossano Dotto Gonçalves foi acusado então de abrir voto a candidatos que não pertenciam às alianças do PDT. Rebateu as críticas e desafiou os que se opunham a ele no debate. Houve gritaria e um corre-corre que quase culminou em briga. Os ânimos, no entanto, foram acalmados e a mesa procedeu o início da votação, que resultou em esmagadora vitória em favor da neutralidade. No ato, o PDT também declarou que fará oposição ao candidato que for eleito, seja quem for. “O PDT vai ser oposição responsável, madura, séria, consistente e firme na Assembleia Legislativa”, garantiu o presidente Pompeo de Mattos.