PEC que limita poder do STF quer “amordaçar” Judiciário, diz Ajuris

PEC que limita poder do STF quer “amordaçar” Judiciário, diz Ajuris

Associação destacou que proposta de parlamentares tem caráter "revanchista"

Correio do Povo e AE

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Em nota divulgada nesta quinta-feira, a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) manifestou sua “perplexidade” com a aprovação de uma proposta, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, que permite ao Congresso Nacional derrubar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a entidade, a PEC “tem a clara intenção de amordaçar o Judiciário, impedindo-o de continuar a exercer seu papel constitucional”.

No texto, a Ajuris também destaca que a proposta “atenta contra o princípio da separação dos Poderes, usurpando do Judiciário parte de sua competência exclusiva, que é a de julgar”. A associação ressaltou o caráter “revanchista” da decisão, que, segundo a entidade, é alimentado pelo “rancor” após punições a parlamentares pelo STF.

A PEC é de autoria do deputado Nazareno Fontelles (PT-PI) e prevê a possibilidade de o Congresso reavaliar uma definição do STF, quando o Supremo decidir pela inconstitucionalidade de uma emenda à Constituição. Segundo o projeto, se os parlamentares discordarem do Poder judiciário, a questão será decidida em um plebiscito popular. 

PT nega ataque a STF e PSDB diz que PEC é uma “afronta”

O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), afirmou afirmou que é preciso discutir sobre a interferência entre os poderes. "Não é um assunto do PT, a matéria não foi discutida na bancada e eu nem sabia que seria votado na CCJ", disse Guimarães. O petista classificou de "factóide" a repercussão do caso e disse que a decisão da CCJ foi normal. "É uma coisa normal, quero refutar que isso tenha sido retaliação a essa ou aquela posição do STF, aliás, o relator é do PSDB. É uma coisa absolutamente normal, não tem nada de ataque ao Supremo", disse.

Guimarães afirmou que a alegação de interferência poderia também ser usada para descrever a decisão do ministro Gilmar Mendes de suspender a tramitação do projeto que inibe a criação de novos partidos. "A harmonia entre os poderes tem de valer para todos

Já o líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), entrou com pedido de mandado de segurança contra a tramitação da PEC 33. O mandado diz que a proposta “afronta a essência do Poder Judiciário da União, notadamente a função de guardião da Constituição atribuída ao STF".

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