PF consegue acesso aos dados de celulares apreendidos com Frederick Wassef

PF consegue acesso aos dados de celulares apreendidos com Frederick Wassef

Advogado que atua na defesa da família Bolsonaro admitiu que foi aos EUA recomprar relógio de luxo vendido ilegalmente

Correio do Povo

Presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, pediu para a seccional de São Paulo, onde Wassef é inscrito, a "adoção das providências que entender cabíveis".

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A Polícia Federal conseguiu acessar os dados dos quatro celulares apreendidos do advogado Frederick Wassef, que atua na defesa da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta segunda-feira (21). De acordo com o R7, o acesso teve que ser quebrado porque Wassef não entregou as senhas dos telefones.

Policiais federais apreenderam os aparelhos no fim da noite da última quarta-feira (16) em um restaurante no shopping Morumbi, em São Paulo. A apreensão do telefone foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na investigação sobre o desvio e venda de presentes diplomáticos no governo Jair Bolsonaro, mas não havia sido cumprida. Isso porque o criminalista não foi localizado quando a PF deflagrou a Operação Lucas 12:2.

A Polícia Federal afirma que o advogado recomprou um relógio da marca Rolex que havia sido vendido no exterior por auxiliares de Bolsonaro para devolvê-lo ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Em um primeiro momento, Wassef negou ter participado do que os investigadores chamam de "operação resgate". Em coletiva de imprensa nesta semana, ele mudou a versão e admitiu ter comprado o relógio de volta, mas negou ter agido a pedido de Bolsonaro. "Eu comprei o relógio. A decisão foi minha. Usei meus recursos", afirmou na entrevista.

Operação Lucas 12:2

A operação Lucas 12:2, realizada em 11 de agosto, integra investigação sobre um grupo, composto de aliados de Bolsonaro, que teria vendido joias e outros objetos de valor, como relógios e esculturas, entregues a autoridades brasileiras em missões oficiais.

De acordo com a PF, eles teriam utilizado "a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior".


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