Política

PGR rejeita pedido do PT para apreender passaporte e investigar Eduardo Bolsonaro

Segundo Gonet, solicitação não apresenta elementos que justifiquem investigação

Deputado pediu licença do cargo para ficar nos Estados Unidos
Deputado pediu licença do cargo para ficar nos Estados Unidos Foto : Vinicius Loures / Câmara dos Deputados / CP

O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, se manifestou contrariamente ao pedido do PT e do deputado Lindbergh Farias (PT) para que a Justiça apreendesse o passaporte de Eduardo Bolsonaro (PL) e instaurasse uma investigação contra ele. Segundo Gonet, a solicitação não apresenta elementos mínimos que justifiquem a abertura de uma investigação.

"Os relatos dos noticiantes não contêm elementos informativos mínimos, que indiquem suficientemente a realidade de ilícito penal", afirmou o procurador-geral. O PT acusava o deputado de obstrução de investigação, coação no curso do processo e atentado à soberania, alegando que ele estaria articulando, com congressistas dos Estados Unidos, sanções contra o Brasil e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Na representação, Lindbergh afirmou que "em total dissintonia com a realidade", Eduardo "patrocina retaliações" contra o Brasil e o ministro STF Alexandre de Moraes. A PGR argumentou que as ações de Eduardo Bolsonaro se inserem no exercício da atividade parlamentar e que não há provas concretas de crime. Gonet ressaltou que não há indícios de negociação com governos estrangeiros para atos que configurariam atentado à soberania nacional.

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O procurador-geral recomendou então o arquivamento da petição e o indeferimento dos pedidos apresentados. O deputado Eduardo Bolsonaro anunciou nesta terça-feira, 18, que vai se licenciar do cargo para "buscar sanções aos violadores dos direitos humanos". O filho do ex-presidente era o preferido do PL para assumir o comando da Comissão de Relações Exteriores na Câmara. Lindbergh comemorou que, com a licença, o deputado do PL não vai assumir o colegiado.

"Uma vitória de quem defende a democracia. Eduardo estava usando seu mandato para conspirar contra o STF, a Justiça e os interesses nacionais. Não poderia fazer isso em uma Comissão do parlamento brasileiro", afirmou. O líder do PT afirmou ainda que a sigla deverá "agir" caso o deputado fique "tentando interferir nos trabalhos" da Comissão, responsável por analisar projetos sobre relações diplomáticas e política externa.