A Procuradoria-Geral da República (PGR), sob a gestão do procurador-geral Paulo Gonet, manifestou-se contrária à soltura de Wellington Macedo de Souza, um dos indivíduos acusados de tentar explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto de Brasília em dezembro de 2022. A manifestação foi enviada nesta segunda-feira (6) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Gonet argumentou que o contexto que levou à prisão preventiva de Wellington Macedo "permanece inalterado" e que não existe "fato novo apto a modificar ou revogar o entendimento estabelecido" anteriormente por Moraes. O procurador-geral ressaltou que "A imposição da custódia cautelar foi adequadamente fundamentada, justificada e sopesada ante as particularidades do caso".
Acusação de trama golpista
Na manifestação, Gonet destacou que Wellington Macedo é acusado de participar de uma trama golpista, contribuindo para a tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito e de atentar contra a segurança do transporte aéreo.
O procurador-geral enfatizou a gravidade da ação: "A ação do denunciado expôs múltiplas vidas a risco, em especial a do caminhoneiro que dormia no veículo enquanto exercia legalmente sua atividade, e buscou provocar terror social e repercussão midiática para fins antidemocráticos."
Gravidade da conduta e sentença
Gonet reforçou que há provas do papel de Wellington na estrutura da "organização criminosa armada". Ele apontou que a gravidade da conduta, o descumprimento de medidas cautelares anteriormente impostas e sua fuga após a prática dos crimes são circunstâncias que justificam a manutenção da custódia cautelar.
Wellington Macedo já foi condenado a seis anos de prisão pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) pelo crime de expor a vida, a integridade física ou o patrimônio de terceiros a perigo.
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