Planalto teme denúncia para pressionar TSE

Planalto teme denúncia para pressionar TSE

Prisão de Rocha Loures seria tentativa de influenciar ministros na cassação do mandato de Temer

Correio do Povo

Planalto teme denúncia para pressionar TSE

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O presidente Michel Temer e seus assessores políticos acreditam que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) será antecipada como forma de aumentar a pressão sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que retoma nesta terça-feira o julgamento da chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014. De acordo com o site Valor Econômico, vários fatos podem contribuir para cassação do mandato de Temer, pois a própria Procuradoria relatou que haveria uma nova ofensiva contra o presidente antes que tivessem resultado as iniciativas dos políticos para restringir os efeitos da Lava-Jato.

Para auxiliares diretos de Temer, a prisão do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) é uma tentativa de influenciar os ministros da Corte eleitoral. O advogado de defesa do ex-assessor de Temer interpretou a detenção, no sábado de manhã, como uma atitude para apressar sua delação premiada.

Para autoridades do Palácio do Planalto, há evidências de uma aliança informal entre o procurador Rodrigo Janot e o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), para mudar os rumos do julgamento. Até o fim da semana passada, trabalhava-se no Palácio do Planalto com um placar favorável de 4 a 3.

Na avaliação de interlocutores do presidente, a PGR sabe que o processo contra Temer tem fragilidades jurídicas porque se baseia em gravação supostamente ilegal e editada. Por isso, segundo os assessores, Janot estaria preparando "fatos novos" antes ou durante o julgamento do TSE. A autorização do ministro Edson Fachin para prisão de Rocha Loures seria uma das estratégias.

Em caso de denúncia, Temer precisaria de pelo menos 171 votos no plenário da Câmara dos Deputados, responsável por dar ou não aval para que se torne réu no STF. O Planalto avalia que esse número é ainda confortável. Nas últimas votações de medidas provisórias, com baixo quórum em plenário, o governo obteve entre 260 e 280 votos favoráveis.

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