PM não invadiu comitê do PT em busca de panfletos com a foto de Lula candidato

PM não invadiu comitê do PT em busca de panfletos com a foto de Lula candidato

Vídeo publicado no Facebook não tem nenhuma relação com o fato relatado

Correio do Povo

PM não invadiu comitê de campanha do PT em busca de panfletos com a foto de Lula candidato

publicidade

É falsa a alegação que acompanha um vídeo publicado no Facebook com imagens de uma suposta invasão da Polícia Militar de Santa Catarina a um comitê de campanha do Partido dos Trabalhadores (PT). A ação policial estaria buscando, diz um dos posts, panfletos com a foto de Luiz Inácio Lula da Silva como candidato à presidência. As imagens não têm nenhuma relação com o fato relatado.

A gravação mostra policiais invadindo uma residência cuja porta tem um adesivo da campanha presidencial do PT. “Polícia invade comitê do PT em Santa Catarina ...entregavam panfletos com a foto de LULA pra presidente”, diz a descrição de uma das publicações que usou o vídeo. Um internauta comenta: “Quadrilha desgraçada...tudo pelo poder....não tem respeito com nada...são sujos”.

O Comprova chegou ao fato original com ajuda da busca por vídeos do Google e encontrou uma versão da gravação divulgada pela UnisulTV. Verificou que o vídeo foi gravado na tarde da última terça-feira, 25 de setembro, por volta das 15h, no centro histórico de Laguna, em Santa Catarina. A Polícia Militar invadiu a residência, na parte de cima de uma loja, e prendeu duas jovens por desacato. A corporação havia recebido denúncias de uma festa com som alto no local.

“Essas estudantes já tinham histórico de ficar mostrando partes íntimas, usando drogas e escutando som alto, gerando perturbação do trabalho e sossego alheio (dos comerciantes vizinhos e de pessoas que passam por ali). O comerciante gerou a ocorrência após vários clientes reclamarem do fato. A GU (Guarda Urbana) tentou negociar com as estudantes, mas não teve êxito, por este motivo teve que arrombar a porta”, disse a assessoria da Polícia Militar.

Segundo a PM, o evento não teve motivações políticas. “Não tem nada a ver com o recolhimento de materiais da campanha do Lula. Era um caso de perturbação do sossego alheio, em que coincidiu o fato das moradoras serem militantes do PT, mas não tem nada a ver com situação política”, declarou.

Na mesma data, o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) determinou a busca e apreensão de materiais de campanha eleitoral nos quais Lula é apresentado como candidato ao Planalto. Em sua decisão, o juiz auxiliar Antônio Schenkel do Amaral e Silva menciona que é crime “divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado”. A ordem foi executada em seis cidades, mas Laguna não faz parte da lista. As cidades são: Chapecó, São João, Mafra, Blumenau, Araranguá e Florianópolis.

“O Partido dos Trabalhadores de Santa Catarina e a campanha Ana Paula Lima Federal 1313 esclarecem que o material impresso em que consta o ex-presidente Lula foi contratado, executado e pago no início da campanha, no dia 15 de agosto”, diz a nota de imprensa divulgada no dia 26 de setembro pela assessoria jurídica da candidata.

Ainda que os comitês de campanha dos petistas Ana Paula Lima e Claudio Vignatti, candidato a deputado federal, foram buscados pelas forças da ordem naquele dia, respectivamente, em Blumenau e Chapecó, o vídeo mostra um evento não relacionado e em outra cidade catarinense.

O vídeo com a descrição enganosa viralizou na rede. Apenas um deles, publicado no Facebook por Emerson Persuhn Persuhn, teve até a manhã desta sexta-feira, 28 de setembro, mais de 72 mil visualizações de 3 mil compartilhamentos. Outras versões também circulam no Twitter, YouTube e WhatsApp.

Projeto Comprova


Esta checagem foi publicada pelo projeto Comprova. A verificação foi realizada por jornalistas de Bandnews FM e Poder360.

O projeto colaborativo Comprova reúne 24 organizações brasileiras de mídia com o objetivo de combater desinformação e conteúdos enganosos na internet durante a campanha eleitoral. Denúncias de conteúdos suspeitos ou falsos relacionados às eleições podem ser feitas pelo número de WhatsApp (11) 97795-0022.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895