Policiais podem cometer erros ou abusos como qualquer outro profissional, diz Moro

Policiais podem cometer erros ou abusos como qualquer outro profissional, diz Moro

Ministro disse que, se identificados, agentes devem ser punidos

Eric Raupp, enviado especial

Ministro falou durante a Marcha a Brasília e Defesa dos Municípios

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O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, minimizou os casos de violência policial ao defender nesta terça-feira que os agentes de segurança estão sujeitos a errar. "Precisamos investir nas nossas polícias, porque o que conta é o homem da ponta, o policial que se arrisca. Precisamos valorizá-lo. Não que ele não possa cometer erros ou abusos como qualquer outro profissional, como existem juízes e políticos que os comentem", afirmou, sem citar nenhuma situação em específico. "Se forem verificados, têm que ser punidos", completou o juiz que comandou a operação Lava Jato.

Moro disse que, desde que assumiu sua nova função, deixou claro ao presidente Jair Bolsonaro que pretendia melhorar a efetividade do sistema de Justiça em relação ao crime organizado. "Temos organizações criminosas no Brasil, e sabemos o nome de várias delas, que vão ficando cada vez mais poderosas e colocam a nossa segurança e a nossa liberdade em risco", disse, citando os "episódio lamentáveis no Ceará" ocorridos em janeiro. "Foram atos de terrorismo, inclusive tentaram explodir pontes e viadutos. Ultrapassaram os limites extremamente preocupantes".

"Precisamos enfrentar a criminalidade violenta, e isso diz muito respeito à questão dos municípios. Do maior ao menor, a violência se disseminou, embora não se possa afirmar que está em todo e qualquer lugar. Os índices do Brasil são vergonhosos. Em 2016, mais de 60 mil homicídios no ano. São números dignos de uma guerra civil", discursou durante a Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Para isso, ele considerou é necessário fazer tirar o crimonoso das ruas, ter bons meios de investigação e investir em meios tecnológicos.

O ministro também argumentou que é necessária a união de distintas frentes de política para atacar de forma efetiva o problema da segurança. "Temos que pensar em politicas para tratar do problema da criminalidade. Tem uma velha frase conhecida que o melhor policia é um poste de luz. De fato, muitas vezes, a recolocação da iluminação pública em determinados setores faz uma grande diferença, às vezes com um potencial até maior que um investimento mais restrito em recursos humanos", falou.

Assim, defendeu a conjugação de políticas públicas com urbanísticas e sociais, entendendo que é preciso neutralizar o criminoso com o devido processo, com prisão, alinhado ao "policiamento ostensivo para prevenção", como observou. "Esse foi o grande erro do passado."


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