Por apoio no Congresso, Lula terá reuniões com dirigentes partidários

Por apoio no Congresso, Lula terá reuniões com dirigentes partidários

Presidente vai conversar com líderes de siglas que comandam ministérios para evitar novos reveses

R7

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai conversar com líderes partidários ao longo da semana para tentar aprimorar a articulação política do governo com o Congresso Nacional. Insatisfeito com as recentes derrotas no parlamento, como a que derrubou mudanças promovidas por ele ao marco do saneamento básico, Lula vai cobrar mais apoio dos parlamentares, sobretudo de partidos que estão à frente de ministérios da gestão dele. 

O presidente quer ouvir dirigentes de PSB, MDB, PSD e União Brasil. Cada uma das agremiações comanda três pastas. Apesar do espaço no governo, as legendas não têm seguido a orientação do Executivo nas votações no parlamento.

Na última quarta (3), durante a análise de um projeto na Câmara para sustar o decreto de Lula que modificou o marco do saneamento básico, dos 131 deputados que fazem parte desses partidos, 102 foram a favor de anular o ato assinado pelo presidente.

Com a proximidade de outras votações importantes para o Palácio do Planalto, como o novo marco fiscal do país e a reforma tributária, Lula quer blindar o governo de novos reveses.

Nos últimos dias, apesar de elogiar o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que tem sido alvo de críticas de outros membros do governo e da base governista no Congresso, o presidente reconheceu que gostaria de uma articulação mais efetiva por parte dele.

“O fato de você muitas vezes acertar ou errar, nós temos que pensar o que aconteceu. Quando você faz um acordo com a Câmara ou o Senado sobre a aprovação de uma medida, tem que cumprir”, disse Lula durante viagem oficial a Londres no fim de semana.

“Eu digo sempre para os nossos ministros: tudo o que você trata e não cumpre fica muito mais caro depois”, acrescentou o presidente.

Nesta segunda (8), Lula e Padilha tiveram uma reunião no Palácio do Planalto para discutir sobre o relacionamento com o Congresso. Também participaram o ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo, e o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta.

Para o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), é hora de o governo revisar as alianças no parlamento. “Esses momentos no parlamento são muito importantes. Eu acho que isso nos leva a refletir sobre as relações aqui dentro e sobre as relações que os líderes que estão encaminhando contra o governo têm com o governo. Acho que esses líderes foram intransigentes ao não dialogar com o líder do governo”, afirmou o deputado sobre a votação que derrubou o decreto do marco do saneamento básico.

Saneamento básico

A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (3) o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que suspende dispositivos de dois decretos presidenciais de regulamentação do novo marco do saneamento básico. O texto será enviado ao Senado.

A matéria aprovada é um substitutivo ao PDL 98/23, no qual estão anexados outros onze PDLs sobre o mesmo tema. Esses decretos, editados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em abril deste ano, revogam outras regulamentações editadas em 2020 e 2021.

Os decretos editados pelo presidente Lula atualizam o marco legal do saneamento básico, norma responsável por atrair investimentos para o setor com o objetivo de universalizar serviços de água e esgoto nas cidades do país até 2033, ao fornecer água a 99% da população e coleta e tratamento de esgoto a 90%.

A intenção do governo era garantir investimentos para ações de abastecimento de água e esgotamento sanitário, que seriam usados para projetos de limpeza urbana, manejo dos resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais.


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