Procurador pediu prisão de Lula para "estancar sensação de onipotência"

Procurador pediu prisão de Lula para "estancar sensação de onipotência"

Pedido foi protocolado na quinta-feira antes da determinação de prisão de Sérgio Moro

AE

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O procurador da República da 4ª Região, Maurício Gerum, que requereu a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, afirmou que a medida seria necessária para "estancar a sensação de onipotência" do petista. O pedido foi protocolado na quinta-feira após o Supremo Tribunal Federal rejeitar, por 6 a 5, habeas corpus preventivo para que Lula recorresse em liberdade até o fim de todos os recursos.

O pedido de Gerum teve peso importante na decisão do TRF-4, o Tribunal da Lava Jato, de comunicar o juiz Sérgio Moro do cumprimento da pena aplicada a Lula no processo do triplex - 12 anos e um mês de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Apenas 19 minutos depois de ser comunicado pelo TRF-4, Moro ordenou a prisão de Lula. Eram 17h50 da quinta. Ao requerer a prisão de Lula, Gerum ressaltou.

"Em razão de sua exitosa trajetória de vida, de seu carisma pessoal incomparável e do exercício de dois mandatos na Presidência da República, com diversos avanços na sociedade brasileira, o processo e o julgamento do réu Luiz Inácio canalizou a atenção de um número muito expressivo de pessoas, acirrando paixões e ódios".

O procurador diz ser "visível que o réu Luiz Inácio tem invariavelmente utilizado sua grande capacidade de articulação política para enfrentar, de forma ostensiva e acintosa, a ação penal e as condenações que sofreu. Impressiona especialmente que na madrugada deste sábado, após a decisão da mais alta corte deste país, o Partido dos Trabalhadores tenha expressamente afirmado em subtítulo de nota oficial, que 'Nossa Constituição foi rasgada por quem deveria defendê-la e a maioria do STF sancionou mais uma violência contra o maior líder popular do país, Lula', dizendo ainda que 'a maioria do STF ajoelhou-se ante a pressão escandalosamente orquestrada pela Rede Globo.'" 

Para Gerum, "é evidente que se trata de uma ação orquestrada, da qual Luiz Inácio participa ativamente, com dois objetivos básicos; evitar a prisão do prócer do partido, e o cumprimento de sua pena, e viabilizar sua candidatura à Presidência da República, em flagrante afronta às decisões do Poder Judiciário e à própria Lei, que veda a candidatura de condenados em duas instâncias".

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