Professores aprovados em concurso para magistério questionam exclusão

Professores aprovados em concurso para magistério questionam exclusão

Das 1.500 vagas disponíveis, somente 1.334 docentes foram nomeados. Demais desistiram ou estavam abaixo do ponto de corte

Flávia Simões

Dos mais de 2 mil professores aprovados, somente 1.542 ficaram acima do ponto de corte

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Após 10 anos sem concurso público para professores, o governo do Estado promoveu, em 2023, uma seleção para o preenchimento de 1.500 vagas e com a possibilidade de ampliação. Nos últimos meses foram nomeados somente 1.334 professores, tendo esgotado a quantidade de aprovados aptos para as vagas.

Atualmente, conforme um levantamento do Correio do Povo, 49% dos docentes da rede pública estadual são professores em regime temporário. Considerando demais servidores, como merendeiras e técnicos, o percentual ultrapassa os efetivos e atinge os 50,7%. Segundo o governo do Estado, as tentativas, agora, são de “inverter essa proporção” e o concurso do ano passado caminhou nessa direção.

Apesar disso, há reclamações de parte dos 24 mil professores inscritos no edital. A alegação é de que 800 teriam sido aprovados no certame, mas não foram chamados. O Executivo, por meio da Secretaria Estadual de Educação, justifica que, de fato, foram 2.356 candidatos aprovados na seleção. No entanto, o edital previa um ponto de corte de até 35% do excedente de vagas por região e área de conhecimento. Com isso, o recorte resultou em 1.542 professores aprovados e aptos a serem chamados. Após, desse total, cerca de 200 desistiram das vagas e ao menos 30 não compareceram na perícia, parte da etapa da contratação.

Um dos aprovados, que prefere não se identificar por ser temporário e ter receio de represálias, lamenta a situação e questiona o fato de o governo ter um déficit de professores e, mesmo assim, não ter nomeado os demais selecionados. Segundo ele, na sua coordenadoria havia 11 vagas para sua área de conhecimento, conforme o edital. No entanto, somente cinco docentes foram nomeados. O seu medo – e de demais colegas – é que no próximo concurso, anunciado pelo governo do Estado para este ano, no qual deverão ser oferecidas 3 mil vagas ocorra o mesmo fato, com professores aprovados e não nomeados. Ele destacou ainda que alguns dos aprovados tentaram ajuizar a situação, mas o Ministério Público alegou se tratar de “casos individuais”.

O certame realizado em 2023 contava com vagas para todas as regiões do Rio Grande do Sul e abrangia as quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Humanas. A seleção contava também com vagas para educação especial.

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