PSB gaúcho enfrenta dificuldade para ocupar espaços no governo Leite

PSB gaúcho enfrenta dificuldade para ocupar espaços no governo Leite

Legenda deixou "escapar" SDR e não conseguiu emplacar nome na Habitação; tratativas só devem se concretizar na próxima semana

Flavia Bemfica

Legenda deixou "escapar" SDR e não conseguiu emplacar nome na Habitação; tratativas só devem se concretizar na próxima semana

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Após todos os indicativos de que ficará de fora do primeiro escalão do novo governo de Eduardo Leite (PSDB), o PSB gaúcho enfrenta dificuldades na definição de quais espaços de segundo e terceiro escalões poderá ocupar. Na terça-feira, o presidente estadual da legenda, Mário Bruck, o deputado estadual reeleito Elton Weber, o estadual Dalciso Oliveira e o ex-deputado José Luiz Stédile se reuniram com o chefe da Casa Civil, Artur Lemos Júnior. Conforme Bruck, contudo, uma definição só deverá ocorrer na próxima semana, com a participação de Leite.

O dirigente assegura que a sigla apoiou o tucano no segundo turno da eleição de forma incondicional, sem reivindicar espaços. E que foi o governo eleito que, em dezembro, convidou os socialistas para participarem da nova administração. “Por isto, aguardamos que o governo indique quais espaços o PSB poderia ocupar. A partir disto, avaliaremos se podemos colaborar.” Ele cita que, além da “forte vocação” na agricultura familiar, a legenda tem quadros qualificados nas áreas de desenvolvimento econômico e social, em especial saúde.

Na prática, em função do que parte dos socialistas define como “momento de fragilidade partidária”, há negociações descentralizadas. Weber, fortalecido como o único estadual eleito, tem maior facilidade em fazer indicações. Dalciso e Stédile que, respectivamente, não conseguiram se eleger para a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa, também entabulam articulações paralelas, de forma a conseguirem uma colocação. Segundo Bruck, os dois não terão necessariamente prioridade na ocupação de cargos. “Vai depender muito do perfil do espaço que existir”, resume.

Internamente, depois do ‘tombo’ da eleição estadual, o partido enfrenta alguns percalços para se reorganizar. Na campanha do ano passado, o ex-deputado Beto Albuquerque foi quase até o limite de tempo insistindo em bancar uma candidatura própria ao governo. Mas, ao final, desistiu. O PSB acabou lançando em seu lugar o ex-vice-governador Vicente Bogo, e em chapa pura. Ele ficou em oitavo lugar: fez 17.222 votos. O partido contabilizou perdas também nas proporcionais. Encolheu na Câmara dos Deputados e na Assembleia. Em 2018, havia eleito dois federais e três estaduais. Em 2022 elegeu um federal e um estadual.

Após o apoio e a vitória de Leite, o tucano ofertou aos socialistas o comando da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). A preferência para o posto era de Weber. Caso ele aceitasse, o partido resolvia também a situação de Stédile, que ficou na primeira suplência para a Assembleia. Weber, contudo, preferiu permanecer no Legislativo e o PSB não encontrou opções que considerasse adequadas entre seus quadros. A SDR acabou direcionada para o Podemos (que indicou Ronaldo Santini, eleito estadual).

O PSB então sondou o governo sobre a possibilidade de uma outra pasta, como a Habitação, para colocar Stédile (ele foi secretário de Obras e Habitação na primeira administração de Leite), mas as articulações emperraram e a pasta deverá ficar com o União Brasil, aliado de primeira hora do PSDB na corrida pelo Piratini em 2022. Para o segundo governo, houve reformulação em Obras e Habitação. Agora existe a Secretaria de Obras Públicas, para a qual Izabel Matte já foi confirmada. E a Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária, pela qual Matte responde interinamente até que Leite aprove o nome do União Brasil. Enquanto isso, no PSB, ainda há uma ala defendendo que o partido não participe da administração tucana.


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