PT e PSOL ingressam com representação contra Feltes no MPF

PT e PSOL ingressam com representação contra Feltes no MPF

Medida foi tomada em função de declarações polêmicas do secretário durante palestra em Carlos Barbosa

Flavia Bemfica

Medida foi anunciada pelo líder do PT na Assumbleia, deputado Tarcísio Zimmermann

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O líder do PT na Assembleia Legislativa, deputado Tarcísio Zimmermann, anunciou nesta segunda-feira, no início da sessão que aprecia as propostas do pacote do Executivo, que as bancadas do PT e do PSol ingressarão nesta tarde com uma representação contra o secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes, no Ministério Público Federal (MPF).

Antes do anúncio de Zimmermann, o líder da bancada do PRB, deputado Sérgio Peres, fez duras críticas a Feltes, lembrou da polêmica em função do monumento ‘O Pé’ em Campo Bom e comparou o secretário ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), preso recentemente pela Operação Lava Jato. “O senhor disse que nunca perdeu uma eleição. O Sérgio Cabral lá no Rio de Janeiro também não. Lá no Rio de Janeiro tem o Pezão, aqui também tem. Mas a polícia está no pé e a justiça será feita.”

Tanto a representação junto ao MPF como as críticas de Peres ocorrem em função das declarações feitas por Feltes em Carlos Barbosa, no último dia 12, durante palestra a empresários locais na sede da Associação do Comércio, Indústria e Serviços (ACI) da cidade. Conforme matéria publicada no jornal Contexto, de Carlos Barbosa, durante toda a palestra o secretário solicitou que os jornalistas presentes não anotassem quando emitisse opiniões que pudessem ser comprometedoras.

Em meio as declarações, ele relativizou o uso de Caixa 2 nas campanhas eleitorais, criticou a eleição de representantes de igrejas e disse ter conhecimento da eleição de um traficante em Novo Hamburgo. “Quem tem dinheiro de caixa dois que não contabiliza nunca? Jogou no bicho. Então eles podem eleger vocês; igrejas, de qualquer credo; tráfico, já pensaram nisso? Em off: em Novo Hamburgo elegeram um traficante para a Câmara de Vereadores e também conheço outras cidades que elegeram. Lá é dos Manos, mas deve ter alguém dos Bala na Cara em alguma cidade”, disse Feltes, conforme trecho transcrito no jornal. Nos dias seguintes a matéria viralizou nas redes sociais.

Já a polêmica sobre a estátua em Campo Bom ocorre porque em outubro o secretário foi condenado em primeira instância a ressarcir os cofres públicos em R$ 45 mil. A sentença, a qual cabe recurso, aconteceu em função de uma ação civil pública na qual o Ministério Público (MP) argumenta que Feltes, quando prefeito da cidade, usou verba pública para se autopromover por meio da construção de um monumento em formato de pé e intitulado ‘O Pé’. Feltes é conhecido em sua região pelos apelidos de Pezão e Pé Grande. O secretário se defende dizendo que a estátua é uma homenagem à vinculação da cidade com o setor coureiro calçadista.

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