Quem é Fernando Collor, ex-presidente da República que foi preso nesta sexta-feira

O ex-presidente da República Fernando Collor de Melo foi preso na madrugada desta sexta-feira enquanto embarcava para Brasília. A detenção se deu após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em determinação dada pelo ministro Alexandre de Moraes. O político foi condenado a pagar 8 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

De acordo com investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2015, Collor receber R$ 26 milhões de propina entre 2010 e 2014. Na época, atuava como senador por Alagoas. O político se apropriou do dinheiro após “intermediar” contratos firmados pela BR Distribuidora, vinculada à Petrobras no período em questão.

Quem é?

Formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Alagoas, Collor não iniciou sua vida profissional na política. Antes disso, trabalhou em duas empresas do seu pai, Arnon de Melo, e chegou até a ser presidente do clube de futebol CSA.

Foi só no final da década de 70 que, por influência paterna, foi seduzido pela vida pública. De início, o ex-presidente ingressou na Aliança Renovadora Nacional (Arena), o partido que apoiava a Ditadura Militar. Collor foi prefeito de Maceió pela sigla.

Depois disso, foi eleito deputado federal pelo Partido Democrático Social (PDS) – sucessor do Arena – e, como parlamentar, presenciou momentos históricos. Votou a favor das “Diretas Já” e, com a sua reprovação, apoiou Paulo Maluf na eleição indireta de 1985. No mesmo ano, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).

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Collor aproveitou da popularidade temporária do Plano Cruzado durante o governo Sarney. Em virtude disso, elegeu-se governador de Alagoas em 1987. O seu mandato foi marcado por uma campanha de denúncia contra salários ditos exorbitantes no funcionalismo público. A medida lhe garantiu a imagem de “caçador de marajás”.

A fama se expandiu a nível nacional. Em 1989, com ajuda da grande mídia, Collor desbancou Lula no segundo turno e venceu a primeira eleição presidencial pós-redemocratização.

Entretanto, o governo do ex-presidente teve vida curta. Em 29 de setembro de 1992, o Executivo sofreu impeachment após a descoberta de esquema de corrupção. O escândalo foi denunciado por Pedro Collor, irmão do presidente.

O ex-presidente conseguiu voltar para a vida política nos anos 2000. Absolvido no STF por falta de provas, foi eleito como senador por Alagoas em 2006 e 2014, totalizando 16 anos consecutivos de mandato. Durante esse período, Collor foi acusado pelas ações que o levaram hoje à cadeia.