Randolfe Rodrigues pede na Justiça saída de Segovia do comando da PF

Randolfe Rodrigues pede na Justiça saída de Segovia do comando da PF

Randolfe argumenta no pedido que Temer nomeou Segovia

AE

Randolfe Rodrigues pede na Justiça saída de Segovia do comando da PF

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O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) entrou com uma ação na Justiça na qual pede a saída de Fernando Segovia do cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF). O pedido foi feito nesta quarta-feira na 22ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal (SJDF), por meio de uma ação popular. O processo já foi autuado, mas ainda não tem relatoria definida. Delegados também ameaçam acionar o Supremo Tribunal Federal contra Segovia. Além de citar a recente entrevista concedida por Segovia à agência de notícias Reuters, na qual o diretor indicou que a tendência é de que as investigações contra o presidente Michel Temer sobre o Decreto dos Portos sejam arquivadas, o senador afirma que a nomeação por Temer e a permanência de Segovia no cargo configuram "ofensa à moralidade administrativa" e "desvio de finalidade".

Randolfe argumenta no pedido que Temer nomeou Segovia "sob intensa suspeição a propósito de suas intenções nessa alteração de comando" da Polícia Federal. "Tal suspeição fundada se deu em razão de a cúpula do governo já não disfarçar sua insatisfação com o curso das investigações da chamada Operação Lava Jato, chegando o seu líder no Senado a manifestar a intenção de 'estancar a sangria' e de fazer 'um grande acordo nacional'", disse o senador, se referindo as declarações ditas entre o senador Romero Jucá (MDB-RR) e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Sobre as relações de Temer e Segovia, o senador ainda coloca que o diretor-geral da PF foi recebido algumas vezes, em "agendas não publicas" pelo presidente. Também sobre o episódio, o senador recordou no pedido a fala de Segovia sobre o delegado Cleyber Malta Lopes, que conduz as investigações do inquérito dos Portos. Ao responder às 50 perguntas elaboradas pela PF, Temer reclamou da "impertinência" de alguns questionamentos. Sobre isso, o diretor-geral da PF disse durante a entrevista que a corporação poderia abrir uma investigação interna para apurar a conduta do delegado, caso houvesse um pedido da Presidência, o que foi considerado como "inaceitável" pelos colegas. A reportagem entrou em contato com a assessoria da Polícia Federal, mas não havia obtido resposta até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação da PF.

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