Reajuste do mínimo para aposentados não pode passar, diz líder do governo no Senado

Reajuste do mínimo para aposentados não pode passar, diz líder do governo no Senado

Delcídio Amaral (PT-MS) afirma que emenda acabará com o esforço do ajuste fiscal

Agência Brasil

Delcídio Amaral afirma que emenda acabará com o esforço do ajuste fiscal

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O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), criticou nesta quinta-feira a emenda aprovada pela Câmara na medida provisória (MP) que trata do reajuste do salário mínimo, que estendeu o mesmo índice de correção para os benefícios previdenciários. Segundo ele, o Senado não deve aprovar o texto dos deputados.

“(A Casa) não sabe ainda o que fazer. Inclusive eu estava com (o minsitro da Fazenda, Joaquim) Levy quando a Câmara aprovou e ele me mostrou e disse que isso não tem a mínima condição de passar. E eu disse que no Senado não tem condição de passar”, contou.

Segundo Delcídio, a aprovação de emendas como essa, que têm impacto nos gastos públicos, “colocam por terra” o esforço do ajuste fiscal que tem sido feito. Recentemente, o Congresso aprovou MPs que implementaram mudanças para dificultar o acesso dos trabalhadores a benefícios como seguro-desemprego e pensão por morte.

Em uma delas, os parlamentares aprovaram emenda que modificou o cálculo do fator previdenciário, para permitir que as pessoas se aposentem mais cedo, recebendo os vencimentos integrais. A presidente Dilma vetou o artigo e enviou outra MP ao Congresso para tratar do assunto. Agora, o líder usa o exemplo para explicar que o Congresso não pode aumentar gastos da Previdência Social sem a devida reflexão.

“Não tenho dúvida nenhuma que o Senado vai mudar esse texto, porque é absolutamente incompatível com a economia brasileira. E acho incompatível com todo esforço que nós estamos fazendo, e que serviu de exemplo para o fator previdenciário, para administrar essa questão das contas da Previdência de uma maneira rigorosa, fazendo jus a quem trabalhou a vida inteira e vai se aposentar no futuro”, disse.

Para ele, “é capaz que base e oposição se unam” contra a emenda aprovada pela Câmara, por causa do impacto que ela terá quando o país voltar a crescer. “Na verdade, para os próximos dois anos, com o PIB (Produto Interno Bruto) baixo, isso não vai impactar. Mas Previdência você não vê com dois anos, você tem que olhar lá pra frente. Previdência é isso”, ressaltou o líder.

A emenda aprovada pela Câmara estende os reajustes do salário mínimo aos benefícios da Previdência Social – aposentadorias e pensões – para quem recebe mais do que um salário mínimo até o teto pago pela Previdência. Foram 206 votos a favor e 179 contrários. Ela faz parte da MP 672, que prorroga as atuais regras de reajuste do salário mínimo para o período de 2016 a 2019 e deve ser votada pelo Senado na próxima semana.

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