Regulamentação conjunta das redes sociais pelos países é “em defesa da democracia”, diz Moraes

Regulamentação conjunta das redes sociais pelos países é “em defesa da democracia”, diz Moraes

Ministro defendeu que regulamentação das big techs e da utilização das redes sociais deve ser feita "de modo cooperativo entre todas as nações do mundo"

Estadão Conteúdo

Alexandre de Moraes participou de evento na Argentina no fim da última semana

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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, defendeu que a regulamentação das big techs e da utilização das redes sociais deve ser feita "de modo cooperativo entre todas as nações do mundo". Para o magistrado, a normatização é "em defesa da democracia e da dignidade da pessoa".

"Da mesma forma que, há 75 anos, a Organização das Nações Unidas (ONU) editou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, me parece que seja o momento também de editar, com a participação de todos os países, uma regulamentação em defesa da democracia e da dignidade da pessoa", disse Moraes em conversa com jornalistas após participar de evento em Buenos Aires, Argentina, na última sexta-feira, dia 1º.

Na ocasião, o ministro também lembrou das resoluções do TSE, que vão servir como diretrizes para partidos políticos, candidatos e o próprio Judiciário nas eleições municipais de 2024. O pacote aprovado no último dia 27 tem como uma das instruções a regulamentação do uso de inteligências artificiais (IAs) nas campanhas eleitorais.

O TSE proibiu expressamente a disseminação de fake news manipuladas por inteligência artificial, as chamadas "deep fakes". Se a regra for descumprida, o candidato poderá ter o registro ou o diploma cassado.

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"O TSE entendeu que não bastaria só aplicação de multa. Portanto, será multado e poderá perder o mandato. Importante que todos saibam, de antemão, que se utilizar de forma a deturpar a informação que chega ao eleitor eles não concorrerão e, se concorrer, perderão o mandato", disse o magistrado durante evento sobre Código Civil brasileiro e argentino.

Para Moraes, o mecanismo da inteligência artificial, por si só, não é um malefício. Porém, quem deturpa a utilização da ferramenta é o ser humano ao usar os recursos digitais para manipular conteúdos. "Justamente por isso, o TSE regulamentou, preventivamente, para que qualquer mensagem que use inteligência artificial obrigatoriamente tenha um selo, uma marca para informar que o conteúdo foi manipulado."

Mais outras 11 normas fixam as regras do pleito em outubro. As resoluções foram publicadas no Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal na sexta-feira.


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