Renan suspende sessão do Senado após manifestação contra PEC do Teto
Houve tumulto entre estudantes e policiais em frente ao Congresso
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Gláucia Morelli, da Confederação Brasileira de Mulheres, disse durante o protesto que, com a medida, "vai faltar dinheiro para a saúde e educação" e acrescentou que a proposta "tira do povo para dar a banqueiros". Ela foi retirada do plenário pela segurança da Casa. Renan suspendeu a sessão por alguns minutos, mas logo retomou os trabalhos. Do lado de fora do Congresso Nacional, outros grupos estão acampados em protesto à aprovação da medida.
A sessão de hoje do Senado teve início com a votação de indicação de autoridade para cargo na Instituição Financeira Independente (IFI). O objetivo é dar tempo para reunir o quórum mínimo necessário para iniciar a apreciação da PEC. Ao entrar para a sessão, Renan disse que o país está "consternado" com o acidente aéreo que matou parte da delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros em Medelin, na Colômbia, mas disse que não há como adiar a votação da PEC.
"Nós já encerramos a discussão, vamos ter apenas encaminhamento, o que significa que nós poderemos ter um debate simplificado para apreciarmos a proposta em torno de oito ou nove horas. É a minha expectativa. Eu não tenho previsão sobre o que vai acontecer e o meu papel é conduzir esse debate com isenção para que nós tenhamos a apreciação dessa matéria, que eu considero muito importante, de forma tranquila", disse.
Sobre os protestos, Renan disse que a proibição da entrada de manifestantes leva em conta o regimento e que "a democracia tem regras". "Você pode assistir aos debates, mas não pode interferir, não pode se manifestar".
Tumulto e confronto entre estudantes e policiais
Estudantes fizeram protesto nesta quarta-feira, na Esplanada dos Ministérios, contra a aprovação da PEC do Teto. O grupo reuniu-se no Museu Nacional e caminhou até a frente do Congresso Nacional. Ao chegar ao gramado do Congresso, houve tumulto e confronto entre os manifestantes e a polícia. A organização estima a participação de 15 mil pessoas, já a Polícia Militar do Distrito Federal calcula cerca de 10 mil participando do ato. Os estudantes organizaram caravanas para vir à capital, com mais de 300 ônibus. Antes de caminhar até o Congresso, eles fizeram um ato em frente ao Ministério da Educação (MEC).
O conflito se intensificou quando um grupo de manifestantes virou um carro de reportagem estacionado próximo à rampa do Congresso. A polícia reagiu disparando bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. Houve confronto e os policiais dispersaram parte dos manifestantes, que saíram correndo no gramado em frente ao Congresso. Um forte aparato policial conseguiu afastar a maioria do público. Um grupo de deputados da Comissão de Direitos Humanos dirigiu-se ao local para tentar intermediar o conflito.