Reunião da CPI que investiga Marchezan é suspensa por falta de quórum

Reunião da CPI que investiga Marchezan é suspensa por falta de quórum

Dos 12 integrantes, apenas cinco estavam presentes para abertura das atividades nesta quinta-feira

Luiz Sérgio Dibe

Presidente da Comissão, Roberto Robaina (Psol), estuda aplicação de regimento sobre os faltantes

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A reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI ) da Câmara de Vereadores da Capital, que ocorreria na manhã desta quinta-feira, foi suspensa pela ausência de quórum. Os trabalhos apuram a legalidade sobre atos da Prefeitura acerca das contratações realizadas através do sistema denominado "banco de talentos", de contratos entre a Administração e empresa da qual um ex-diretor da Carris e da Procempa é sócio e, ainda, da locação de um prédio privado para instalação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Dos 12 integrantes da comissão, cinco estavam presentes para responder à chamada para abertura das atividades às 10h. Dos ausentes, apenas dois justificaram suas faltas: Reginaldo Pujol (DEM) e Adeli Sell (PT). São necessários sete vereadores para que a sessão possa acontecer. "Para evitar o esvaziamento das reuniões aplicarei o regimento sobre os faltantes. Serão eliminados da CPI os vereadores que faltarem a três sessões consecutivas ou cinco intercaladas", apontou o presidente da comissão, Roberto Robaina (PSol).

Segundo o vereador, compareceram pontualmente ao compromisso os colegas Ricardo Gomes (PP), Lourdes Sprenger (MDB), Wambert do Lorenzo (PROS) e Márcio Bins Ely (PDT). "Cláudio Janta (SD), Felipe Camozzato (NOVO), Luciano Marcantônio (PTB), Moisés Barboza (PSDB) e Mauro Pinheiro (REDE) tem uma falta injustifica e são os primeiros sujeitos à contagem de faltas", descreveu Robaina.

O presidente da CPI diz que resolveu adotar esta medida disciplinar pois receia que os trabalhos possam ser prejudicados pelo desinteresse de participantes. "Ou, pior que isso, pelo interesse de obstruir ou boicotar os procedimentos", apontou. Robaina afirmou que tem observado comportamentos que teriam como objetivo dificultar o andamento da CPI e mencionou as faltas como parte destes indícios.

Na sessão desta quinta, seriam apreciados oito requerimentos para convocação de depoentes, dois pedidos para juntada de documentos e uma solicitação de diligência em locais relacionados com a investigação. Entre os citados para as oitivas estão o secretário de Relações Institucionais, Christian Lemos, esperado para falar sobre a constituição e a operação do banco de  talentos, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Eduardo Cidade, aguardado para esclarecer pontos sobre o aluguel do prédio para funcionamento da Pasta que dirige.

Um dos faltantes, o líder do governo Mauro Pinheiro sustentou ter estado no plenário para a reunião, embora tenha perdido o momento da chamada para verificação do quórum. Pinheiro tem sido uma das vozes críticas ao processo. "Já se passou um mês e esta CPI não consegue avançar porque tem caráter eleitoreiro. Fui presidente de duas CPIs que resultaram em representações e processos contra os investigados, porque haviam fatos fortes", sustentou.

Pinheiro também diz desaprovar parte das convocações de testemunhas. "As justificativas para chamar uma pessoa para prestar depoimento precisam ser melhores e, por isso, ainda não consegui me convencer sobre alguns pedidos, os quais ainda estou estudando", comentou.

O líder do governo também contestou os encaminhamentos que teriam continuidade na reunião que acabou suspensa, argumentando que um rito definido na sessão anterior não está sendo observado pelo presidente da CPI. "A ordem dos itens investigados é: aluguel do prédio, banco de talentos, empresário. Alguns dos requerimentos buscam depoimentos do segundo item", apontou Mauro Pinheiro.

O presidente da comissão, por sua vez, sustenta que o rito ainda está em debate e que prefere investigar primeiro as questões relacionadas ao banco de talentos. "Os elementos mais fortes estão relacionados com o banco de talentos e com a participação do empresário nos serviços da Prefeitura. O correto é começarmos por aquilo que pode ser produtivo para as investigações", pontuou Roberto Robaina.


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