Reuniões com partidos fazem parte das atribuições da missão de observação da OEA

Reuniões com partidos fazem parte das atribuições da missão de observação da OEA

Organização não vai fazer auditoria das eleições

Correio do Povo

Reuniões com partidos fazem parte das atribuições da missão de observação da OEA

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A reunião entre representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) e a chapa do candidato à presidência Fernando Haddad (PT) nesta quinta-feira, ocorreu dentro da legalidade. A OEA informou que também tem convidado, desde agosto, a equipe da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) para um encontro, mas nunca obteve resposta.

Para fazer essa verificação, o Comprova entrou em contato com a OEA e reportagens que explicaram o papel da missão nas eleições brasileiras. O Comprova também contatou a assessoria da campanha de Bolsonaro, mas não foi respondido até o momento.

Mensagens no WhatsApp sugerem que a reunião da OEA com o petista seria suspeita e afirmam que a missão internacional tem papel de auditoria nas eleições 2018 — o que não é verdade. O objetivo da delegação é analisar aspectos como financiamento de campanha, liberdade de imprensa e participação de mulheres e minorias.

Ao final, é produzido um relatório com conclusões e recomendações ao Brasil e ao Conselho Permanente da OEA. O documento não tem o efeito de alterar o resultado do pleito.

É normal que missões de observação internacionais como a da OEA ouçam queixas de candidatos, o que não significa, no entanto, um endosso às críticas. Neste período eleitoral, a delegação já esteve com representantes de partidos como Rede Sustentabilidade, PDT e Novo. Nas eleições do Paraguai deste ano, por exemplo, a missão se comprometeu a se encontrar com legendas e candidatos “para aprender sobre aspectos técnicos e reunir observações sobre as eleições”.

“As missões de observação eleitoral da OEA sempre entram em contato com todos os partidos e campanhas porque é importante para nós escutar todas as vozes e conhecer as diferentes perspectivas sobre o processo eleitoral. O Brasil não foi uma exceção”, comunicou a OEA ao Comprova.

A chefe do grupo da OEA, a ex-presidente da Costa Rica Laura Chinchilla, já esteve à frente de atividades de observação de eleições no Paraguai (2018), Estados Unidos (2016) e México (2015). A organização faz trabalhos dessa natureza desde 1962 — neste período foram enviadas 250 missões a 27 países.

O boato foi enviado repetidas vezes ao WhatsApp do Comprova e do Estadão Verifica. Uma versão no Twitter que dizia que a missão da OEA era formada por “auditores” chegou a 2,4 mil curtidas e 1,6 mil retweets.

Projeto Comprova

Esta checagem foi publicada pelo projeto Comprova. A verificação foi realizada por jornalistas de O Estado de S.Paulo e O Povo.

O projeto colaborativo Comprova reúne 24 organizações brasileiras de mídia com o objetivo de combater desinformação e conteúdos enganosos na internet durante a campanha eleitoral. Denúncias de conteúdos suspeitos ou falsos relacionados às eleições podem ser feitas pelo número de WhatsApp (11) 97795-0022.

Neste sábado e domingo, a equipe do Comprova se uniu a outras cinco agências de checagens de notícias no Brasil para checar as mensagens de conteúdo suspeito nesta reta final das eleições. A ideia de juntar forças é para ganhar mais agilidade e aumentar o alcance das checagens. A parceria reúne o Fato ou Fake, Projeto Comprova, Lupa, Aos Fatos, Boatos.org e E-Farsas.

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