São Paulo deve ter protestos pró e contra Bolsonaro em dias diferentes, diz Doria

São Paulo deve ter protestos pró e contra Bolsonaro em dias diferentes, diz Doria

Grupos entraram em confronto nesse domingo

R7

Protestos em São Paulo no domingo acabaram com confusão

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O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta segunda-feira que protestos de grupos favoráveis e contrários ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) devem ocorrer em dias diferentes. "O estado de São Paulo não cerceará o direito à manifestação para qual lado seja o protesto. Mas ninguém tem direito em agredir, estamos em acordo com a prefeitura para que não existam duas manifestações no mesmo dia", afirmou Doria. 

O governador fez referência ao confronto entre policiais militares e um movimento formado em boa parte por torcedores de clubes de futebol que se apresentou como um grupo antifascista e pela democracia na tarde do domingo, na avenida Paulista, em São Paulo. 

"Graças à presença da PM evitamos um confronto gravíssimo, por isso a decisão de orientar grupos pró-Bolsonaro e pró-democracia, em dias diferentes. O local poderá ser o mesmo, porém em dias diferentes. A posição da PM não é nem de um lado de nem outro", afirmou Doria. "Fortalecer o direito à democracia é um princípio que defendemos, mas sempre preservando a vida dessas pessoas, a ordem e o patrimônio público."

O governador afirmou ainda que "manifestações ocorreram em vários lugares e tudo o que não precisamos é de confronto". Segundo Doria, "o confronto justifica o discurso autoritário daqueles que desejam retomar a ditadura e a necessidade de intervenção militar."

"Vamos instruir para manifestações ocorrerem dias distintos", afirmou. "Já vivemos a mais grave crise de saúde e economica do século, agora a maior agressão à democracia desde 1964", afirmou. Ele defendeu ainda que todos devem estar "unidos contra o vírus."

Doria também criticou a postura de Jair Bolsonaro, que desfilou à cavalo durante ato de apoiadores em Brasília, no domingo. "Qual o sentido de o presidente desfilar a cavalo em meio a 30 mil mortos pelo coronavírus. Mais de 500 mil brasileiros adoentados e que perderam as suas vidas. Enquanto a pandemia galopa, a crise econômica segue sem rédea."

O presidente Jair Bolsonaro postou em sua conta no Twitter um vídeo com imagens dele desfilando sobre um cavalo e acenando para os manifestantes. "Estarei onde o povo estiver", escreveu Bolsonaro.

"Faço um apelo ao presidente para que assuma seu verdadeiro e real papel. Ele não é presidente somente de bolsonaristas, mas de todos os brasileiros. Enquanto Bolsonaro utilizar redes sociais para hostilizar brasileiros que não o apoiam a dificuldade em vender o coronavírus será ainda maior."

O governador reforçou ainda que o Estado não suspendeu a quarentena e que o período de isolamento social deverá se estender até 15 de junho.


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