Sem citar Temer, Bolsonaro diz que prisão de autoridade se deve a troca de apoio

Sem citar Temer, Bolsonaro diz que prisão de autoridade se deve a troca de apoio

Presidente afirmou que não gostaria de fazer a reforma da Previdência, mas ela é “necessária”

AE

Em transmissão semanal, presidente não citou Michel Temer

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O presidente Jair Bolsonaro voltou a relacionar a prisão do ex-presidente Michel Temer com acordos políticos feitos no passado. Em transmissão ao vivo pelas redes sociais feitas do hotel onde está hospedado em Santiago, no Chile, Bolsonaro afirmou que prisões de autoridades ocorrem pela maneira que governantes buscam governabilidade. “Basicamente é pela forma de buscar governabilidade”, disse Bolsonaro ao citar prisões de autoridades sem fazer referência direta a Temer. 

Bolsonaro afirmou que a prisão é consequência de atos praticados por um presidente da República quando oferece cargos em estatais. “O que acontece no futuro é o que vocês estão vendo agora? Prisão de autoridades, além de ineficiência do Estado e corrupção.” 

Assim como fez em entrevista concedida na chegada ao hotel, o presidente se defendeu da suposta falta de diálogo com o Congresso. “Eu gostaria que a imprensa me dissesse o que eu tenho que fazer pela governabilidade. Se é para conversar com parlamentar, tenho conversado. Acredito que grande parte ou a maioria deles está de acordo com nossa proposta.”

Reforma da Previdência

Na mesma transmissão, o presidente disse que não gostaria de ter apresentado uma proposta de reforma da Previdência. Ele declarou, porém, que propôs mudanças porque, se não tivesse feito, o Brasil iria “quebrar” sob o ponto de vista das contas públicas. “No fundo, não gostaria de fazer a reforma da Previdência. Mas eu estaria sendo irresponsável com o Brasil nos próximos anos”, afirmou o presidente. 

Ao defender a reforma da Previdência, Bolsonaro voltou a dizer que a reforma “vai cobrar menos de quem ganha menos e mais de quem ganha mais” e que o Brasil “está quebrado”. O presidente comentou ainda que as mudanças propostas no projeto de lei sobre os militares “leva em conta perdas lá atrás”. “Ninguém está brigando por direitos”, declarou. 

Ao comentar o papel das Forças Armadas, Bolsonaro disse que elas são “algo muito especial” e que têm valor “muito grande à democracia”. Mais uma vez, o presidente usou o exemplo da Venezuela para dizer que o regime de Nicolás Maduro se sustenta por causa do apoio militar. 

No fim da transmissão, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, fez um “apelo patriótico aos parlamentares e àquela parte da imprensa que criticou o toma-lá-dá-cá” que defendam a necessidade da reforma da Previdência.

 


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