Semana do STF começa com primeira menção direta a Lula no mensalão

Semana do STF começa com primeira menção direta a Lula no mensalão

Dia foi encerrado com defesa de José Borba contestando R$ 2,1 milhões recebidos pelo réu

AE

Semana do STF começa com primeira menção direta a Lula no mensalão

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Terminou, por volta das 20h desta segunda-feira, mais uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) que julga o Mensalão. O destaque do dia foi a acusação do advogado Roberto Jefferson, de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria mandante do esquema. A exposição da defesa dos réus foi encerrada com o advogado Inocêncio Coelho, que pediu o arquivamento da denúncia contra o ex-deputado José Borba (PMDB-PR) por ser baseada em depoimento inválido.

Ele contestou o embasamento do caso sobre Borba, a partir de declarações do publicitário mineiro Marcos Valério. Segundo Coelho, Valério é uma “personagem cuja própria denúncia afirma que apresentou informações inconsistentes.” Ele alegou que o próprio Ministério Público Federal (MPF) considerou as declarações de Valério contraditórias e que continham versões distintas. “Foram sucessivas mudanças de versão para os mesmos fatos. É nesse denunciante que o Ministério Público se apoia.”

Borba foi líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados e, atualmente, é prefeito em Jandaia do Sul (PR). Ele é acusado pelo MPF de receber dinheiro ilegal do publicitário Marcos Valério para articular a favor do governo no Congresso Nacional. Ele responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Coelho negou que Borba tenha recebido R$ 2,1 milhões.

Dois integrantes do PTB na época do mensalão também tiveram a exposição de argumentos de seus advogados na sessão de hoje. Emerson Palmieri era primeiro-secretário do PTB e apontado como tesoureiro informal da legenda, e Romeu Queiroz, ex-deputado pelo PTB e atualmente no PSB-MG. Ambos respondem por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

O advogado de Palmieri afirmou que os saques feitos pelo cliente se deram por um acordo de campanha feito entre PT e PTB, rechaçando a acusação de que teria recebido R$ 1 milhão em 2003. Para o defensor, a denúncia contra seu cliente teve o objetivo de desmoralizar a de Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro, que revelou a existência do suposto esquema, em 2005.

Quanto a Queiroz, seu advogado relatou que supostos R$ 102,8 mil que chegaram a suas mãos foram recebidos como dirigente partidário. O representante alegou que o político jamais usou somas para proveito próprio e que os recursos pareciam vir de "uma origem sadia".


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