STF retoma nesta quarta julgamento sobre criação do juiz de garantias com voto de Fux

STF retoma nesta quarta julgamento sobre criação do juiz de garantias com voto de Fux

Ministro entendeu que trecho da lei que criou a função não poderia impor as mudanças sem anuência do Judiciário

R7

Luiz Fux comentou sobre a operação na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux deve retomar nesta quarta-feira (28),o julgamento de ações que questionam a criação da figura do juiz de garantias, incluída pelo Congresso no pacote anticrime. Na semana passada, o magistrado, que é o relator, começou a ler o voto contra a adoção. Apesar do entendimento, a leitura não terminou e deve ser finalizada na sessão desta quarta.

Até o momento, Fux entendeu que o trecho da lei que criou o juiz de garantias invadiu competências e não poderia impor as mudanças sem anuência do Judiciário. Segundo Fux, a norma altera a organização da Justiça. Ele sinalizou que vai se manifestar pela inconstitucionalidade da lei. Entretanto, afirmou que os problemas formais e materiais da norma "podem ser corrigidos com o tempo".

O ministro Dias Toffoli já adiantou que pedirá vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso. Ele prometeu devolver o processo para julgamento na primeira semana de agosto, logo após o recesso. 

O papel do juiz de garantias

O juiz de garantias é um juiz que atua apenas na fase de instrução do processo (quando as provas são colhidas), autorizando buscas e quebras de sigilo, por exemplo. Quando o caso é enviado para a fase de julgamento, esse juiz dá lugar a outro magistrado que julgará o mérito.

As entidades de classe autoras das ações que os ministros analisam alegam que há inconstitucionalidade na implantação do juiz de garantias e defendem a criação da figura por meio de uma proposta de lei de iniciativa dos tribunais, e não do Poder Executivo.

Em janeiro de 2020, o ministro Fux, então vice-presidente da Corte, decidiu suspender a implementação do juiz de garantias até que a decisão fosse referendada pelo plenário do STF. Fux revogou a decisão, concedida pelo ministro Toffoli, que tinha adiado a eficácia do instrumento nos tribunais. Quatro ações questionam o tema no Supremo e são relatadas por Fux.


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