Transição na prefeitura de Porto Alegre tem "desacordo absoluto"

Transição na prefeitura de Porto Alegre tem "desacordo absoluto"

Ações de Fortunati deflagraram impasse com equipe do prefeito eleito

Taline Oppitz

Marchezan e o vice eleito, Gustavo Paim, realizaram reunião com 34 vereadores atuais e da próxima legislatura

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Apesar de as relações institucionais e pessoais seguirem às boas na transição em Porto Alegre, ações do governo José Fortunati nos últimos dias deflagraram “desacordo absoluto” de integrantes da equipe da futura gestão e do próprio prefeito eleito Nelson Marchezan Júnior.

Além do envio à Câmara de mensagem retificativa a projeto já em tramitação na Casa, elevando o teto aplicado aos servidores municipais para R$ 30 mil, na mesma data, comunicado interno na prefeitura informou que os vencimentos dos servidores, ainda na gestão Fortunati, seriam limitados pelo teto atual, cujo balizador é o salário do prefeito, de pouco mais de R$ 18 mil. Não bastassem os dois movimentos antagônicos, foi feito o anúncio de antecipação de recursos do IPTU. As duas ações, se avançarem, terão interferência no fluxo de recursos que será administrado pelo tucano a partir de 1º de janeiro de 2017.

Segundo cálculos preliminares, com a concessão de descontos para pagamentos antecipados do IPTU, considerando movimentação em anos anteriores, a iniciativa pode representar baixa de R$ 400 milhões a R$ 450 milhões em caixa no ano que vem. “Fortunati ficará com dois IPTUs em um ano e nos deixará com zero”, disse à coluna integrante do núcleo do futuro governo. Marchezan conversou com Fortunati por telefone. Ouviu as ponderações do antecessor, sobre a necessidade de garantir o pagamento do 13º ao funcionalismo, mas deixou claro que tornaria público seu descontentamento.

Encontro

Marchezan e o vice eleito, Gustavo Paim, realizaram reunião com 34 vereadores atuais e da próxima legislatura. Classificado como “espetacular”, o encontro contou com a presença inclusive de representantes da oposição, como PT e PSol.

A conversa, marcada há cerca de 15 dias, era de cortesia e tinha como foco cumprimentar eleitos e reeleitos, além de reafirmar a disposição ao diálogo. Marchezan aproveitou a oportunidade, no entanto, para solicitar que não sejam aprovadas propostas com impacto financeiro na próxima gestão.


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