Tudo passa pela reforma da Previdência, afirma Bolsonaro

Tudo passa pela reforma da Previdência, afirma Bolsonaro

Presidente destacou que a dívida fiscal dos estados e os contingenciamentos estão relacionados com a aprovação do texto

Correio do Povo

Reforma da Previdência foi um dos assuntos mais comentados pelo presidente durante café da manhã com jornalistas

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A Reforma da Previdência foi um dos assuntos mais comentados pelo presidente Jair Bolsonaro durante café da manhã com jornalistas na manhã desta quinta-feira, em Brasília. Ao ser questionado sobre a dívida fiscal dos estados, ele respondeu que tudo passa pela reforma e relacionou a questão aos próprios contingenciamentos que o governo federal vem enfrentando. Também lembrou que diversos estados e municípios têm se deparado com dificuldades e precisam resolver seus problemas específicos relacionados à Previdência de servidores para recuperarem suas condições. “Se não passar a Reforma, complica a situação do Brasil”, afirmou. 

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O presidente destacou a necessidade de aprovação em diversos momentos ao se referir a outras necessidades do país. De acordo com ele, a Reforma da Previdência é a maneira mais eficiente de o governo reduzir custos e alcançar uma melhor condição fiscal. Bolsonaro afirmou, inclusive, que existem parlamentares de esquerda que reconhecem que a reforma é indispensável. Apesar disso, segundo ele, alguns deputados parecem esperar que a reforma seja aprovada, mas sem o voto deles. Destacou, ainda, que, como manda a Constituição, o Parlamento é independente e tem a prerrogativa de alterar as propostas do governo. Bolsonaro reconheceu, ainda, que o governo não tem uma base fixa, e que os aliados votam de forma independente.

Apesar disso, o presidente comentou que tem conversado com deputados no sentido de mostrar a importância de se aprovar a Reforma da Previdência. Ele ainda relacionou a aprovação para que contratações sejam mais viáveis e menos burocráticas, melhorando a situação da empregabilidade no Brasil. Ao falar sobre isso, mencionou também a Reforma Trabalhista. Apesar de criticada muitas vezes, na opinião do presidente o desemprego seria maior se a mudança não tivesse sido aprovada. Outro ponto comentado foi a questão das multas de trânsito. Segundo Bolsonaro, o rigor excessivo para caminhoneiros, por exemplo, pode representar a perda de suas condições de trabalho. 

O chefe do Executivo disse ser contrário à cobrança de mensalidades nas universidades federais e que, na sua visão, a modificação necessária está no fato de as instituições do país estarem fora do ranking das 250 melhores do mundo. Para o presidente, um eventual pagamento poderia levar muitas famílias a recorrerem a universidades particulares ou até mesmo ao Exterior. Ele diz temer uma “fuga de estudantes”.

Ao falar sobre os contingenciamentos, o presidente mencionou que o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, tem sido um dos mais afetados, mas que existem iniciativas nesse setor que podem ser interessantes para o país. Citou, por exemplo, uma negociação que envolve a ida de estudantes brasileiros de áreas como agricultura, piscicultura e tecnologia para Israel com custo muito reduzido ou nulo para o Brasil. Bolsonaro, que esteve na quarta-feira na baixada israelense, lembrou que Israel é referência em tecnologias de inteligência ou dessalinização ou irrigação, que já são usadas no Nordeste brasileiro.

O presidente também falou que deve conversar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a respeito da Reforma Tributária, mas que já imagina que uma proposta perfeita dificilmente será aprovada. Em função disso, o governo deverá optar por uma medida viável. Conforme Bolsonaro, cada estado e município tem sua parcela de interesse nas mudanças, o que torna complicado se chegar a um consenso. Para conseguir aprovação, ele acredita mais em uma reforma boa do que em uma excelente.


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