União deve ficar com cerca de 40% da Eletrobras, diz Dyogo Oliveira

União deve ficar com cerca de 40% da Eletrobras, diz Dyogo Oliveira

Governo alega que com a privatização, companhia voltará a ter capacidade financeira

AE

Para o governo, privatização trará dinamismo à Eletrobras

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O governo vai reduzir sua participação no capital da Eletrobras para cerca de 40%, disse o ministro do Planejamento Dyogo Oliveira. A União detém, atualmente, pouco mais de 60% das ações com direito a voto. No anúncio da privatização da companhia, o governo informou que reduziria a parcela para menos da metade, mas não informou o porcentual. Em entrevista exclusiva, o ministro deu mais detalhes sobre o processo e falou da distribuição de recursos do futuro desbloqueio do Orçamento.

Confira trechos da entrevista

Como será a privatização da Eletrobras?

O caso mais parecido é o da resseguradora IRB. É feito um aumento de capital, no caso do IRB muito pequeno, e com esse pequeno aumento de capital a União mantém sua posição enquanto o capital total da empresa aumenta. Com isso, a participação da União se dilui. É importante explicar isso, porque nós não vamos vender a Eletrobras, vamos capitalizá-la. Exatamente para que a Eletrobras volte a investir, a crescer, a ser uma empresa com capacidade financeira. O governo hoje evidentemente não tem capacidade de capitalizar a Eletrobras com recursos do Tesouro. A participação da União é de quase 60%. Estimo que, com a operação, vai ficar pelo menos em 40%.

Quanto pode render a operação? Fala-se em R$ 30 bilhões.

O que nós colocamos no Orçamento foram R$ 12,2 bilhões. Depende de vários parâmetros. Por exemplo, essa questão do São Francisco (uma parte das usinas do grupo Eletrobras fica no rio e tem enfrentado dificuldades com a seca). Se a gente coloca um valor mais alto ou mais baixo, reduz esses R$ 30 bilhões que se fala como possível. Mas isso é estimativa de mercado.

Isso seria para quando?

O ideal é que isso ocorra pelo menos até julho do ano que vem. Esse é o ideal, não sei se a gente vai conseguir, é um processo complexo.

O sr. pretende fazer uma nova liberação do Orçamento deste ano, antes do prazo de 22 de novembro. Já tem ideia de quanto?

Eu gostaria de poder liberar uns R$ 30 bilhões (risos), mas acho que não vai ser possível. Hoje não tenho nenhum número para dizer, porque a Receita Federal só vai ter a primeira prévia da arrecadação ocorrida em outubro na segunda-feira, para saber se veio dentro do esperado ou não.

Mas o dinheiro que sobrar vai primeiro para onde?

A priorização será para manutenção das obras em andamento. Aí tem vários (ministérios): Defesa, Transportes, Cidades, Integração Nacional. A preocupação é não ter paralisação de obra. Além disso, tem o custeio de alguns órgãos importantes, por exemplo, a própria Defesa. Outros órgãos precisam de dinheiro para custeio, principalmente funcionamento da área de tecnologia, pagamentos ao Serpro, tem uma série de órgãos ainda em dificuldade para
esse custeio de funcionamento. Mas o principal é investimento para continuidade das obras, nada de obra nova.


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