Vereador André Carús é transferido para Cadeia Pública de Porto Alegre

Vereador André Carús é transferido para Cadeia Pública de Porto Alegre

Justiça acatou pedido da Polícia Civil e prorrogou prisão temporária do parlamentar

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Carús foi preso na última terça

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Com informações de Lucas Rivas e Franceli Stefani

O vereador André Carús (MDB) foi transferido, nessa sexta, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) para a Cadeia Pública de Porto Alegre. A Justiça acatou pedido da Polícia Civil e prorrogou prisão temporária do parlamentar até quinta-feira. O parlamentar ficará em uma galeria que contém hoje 50 presos e é destinada a servidores públicos e presos com curso superior. Carús é advogado e pós-graduado em Direito Ambiental e Urbanístico. O vereador terá direito a receber visitas, como os demais apenados. Já os funcionários em cargos de confiança indicados pelo vereador para atuarem na Prefeitura de Porto Alegre foram liberados pela Polícia Civil.

Responsável pelas investigações, o delegado Max Otto Ritter, titular da 1ª Divisão de Combate à Corrupção (Decor), solicitou a prorrogação da prisão de Carús por entender que os trabalhos avançaram e as provas coletadas, até o momento, embasaram o pedido. Além dos depoimentos, os materiais apreendidos consolidaram o avanço das investigações.

A prisão temporária foi avalizada pela juíza Cláudia Junqueira Sulzbach, da 5ª Vara Criminal de Porto Alegre. Durante o período detido, Carús permaneceu em silêncio. Apenas um dos funcionários detidos prestou depoimento à Polícia, mas os dois indicados pelo vereador garantiram contribuir com a investigação.

Operação Argentários

Carús foi preso na última terça, na Operação Argentários, por suspeita de extorquir assessores. Durante as buscas, foram apreendidos R$ 60 mil, 3,8 mil dólares, 1.765 libras e 2.605 euros, além de duas armas encontradas na instituição financeira supostamente envolvida no esquema. Celulares, computadores e planilhas, com nomes e datas, também foram encontrados pelos policiais. 

O delegado Max Otto Ritter relatou que diversos elementos colaboraram para o início das investigações. Entre eles está o depoimento de uma ex-servidora do gabinete de André Carús. "Esta ex-servidora nos passou detalhes que permitiram o desencadeamento da operação, mas, anteriormente, já tínhamos elementos relacionados ao DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana) e até elementos passados pelo executivo municipal, através do senhor prefeito (Nelson Marchezan), que fez chegar até a polícia algumas irregularidades sobre empréstimos que eram contraídos. A partir daí, começamos a investigar e encontramos fatos contudentes e a operação foi deflagrada", descreveu.  

Nessa quinta-feira, o advogado de defesa Jader Marques confirmou que a equipe do parlamentar contraiu empréstimos para ajudá-lo a sair de uma “situação de dificuldade financeira”. Marques garantiu, no entanto, que esses valores foram tomados por livre e espontânea vontade, sem intervenção do político. 


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