Visita de Lula em São Leopoldo teve “trégua” com governo do RS e críticas à manutenção de diques e comportas

Além da inauguração de um complexo viário no entroncamento da BR 116 com a ERS 240, a visita do presidente Lula em São Leopoldo, o último ato de sua agenda no Rio Grande do Sul nesta sexta-feira, foi marcada por uma “prestação de contas” da ajuda dada pelo governo federal ao RS após a enchente e uma “trégua” nos discursos entre o governo do Estado e membros da União.

Um dos primeiros a falar foi o vice-governador Gabriel Souza. Segundo ele, os discursos podem eventualmente serem mal compreendidos em função de um “ambiente polarizado”, mas que isso não representam provocações ou disputas políticas.

“O governo do Estado apresenta com legitimidade as demandas dos gaúchos e das gaúchas. Mas é verdade também que nós temos que reconhecer e agradecer sempre que o governo federal faz a sua parte e entrega ações positivas para a população. Tenho o dia de pedir e tenho o dia de agradecer”, citou Souza.

Após, o ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, utilizou a tribuna para apresentar os investimentos feitos pelo governo federal ao Estado desde as enchentes de maio, seja em programas sociais e crédito para empresas, além da ajuda dada com a suspensão da cobrança da dívida com a União por 36 meses.

“Nos últimos três meses, já foram depositados cerca de R$ 280 milhões por mês na conta do RS relativo ao que o Estado não vai pagar da dívida. Hoje foi depositado mais R$ 1 bilhão para mais uma etapa do Pronampe Solidário, onde mais de 25 mil empresas serão beneficiadas. Só de antecipação do FGTS, foram 952 mil trabalhadores e trabalhadoras beneficiados. Isso representa mais de R$ 3 milhões. Outras 364 mil famílias receberam os R$ 5,1 mil do Auxílio Reconstrução. Foi a mão do presidente Lula que esteve estendida desde o primeiro momento ao RS”, ressaltou.

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Já o presidente Lula em seu discurso reforçou que a visita ao RS nesta sexta-feira foi um motivo de orgulho por entregar as primeiras casas que ele prometeu aos atingidos pela enchente.

“Estou muito feliz. Hoje inauguramos as primeiras casas. Mas a gente não pode comprar casa do dia para a noite. Tem que fazer levantamento do terreno, não pode ser em lugar que alaga. O que a gente não quer é fazer uma tapera. Mas nós vamos repor todos os prejuízos que os gaúchos tiveram, pois o RS já deu muito para o Brasil e agora é hora do Brasil ajudar os gaúchos”, salientou o presidente.

Críticas à falta de manutenção dos sistemas de prevenção contra cheias

Um dos momentos durante o pronunciamento do presidente que mais chamou a atenção foi a crítica feita por Lula à falta de manutenção nos sistemas de prevenção contra cheias na região Metropolitana. “A verdade nua e crua é que se essas cidades e este Estado tivessem tido cuidado e responsabilidade com diques e comportas antes da chuva, a água não teria ocupado toda a “Grande Porto Alegre”. A gente não pode reclamar da chuva é porque Deus mandou ela. Mas não era necessário ter acontecido tudo isso”, apontou Lula.