Promessa de vagas ficou no papel, admitem empresários ligados ao Movimento Brasil 200

Promessa de vagas ficou no papel, admitem empresários ligados ao Movimento Brasil 200

O total de um milhão de empregos prometido no início de dezembro virou 30 mil

AE

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O total de um milhão de empregos prometido no início de dezembro pelo então Movimento Brasil 200 virou 30 mil vagas, segundo o presidente do Instituto Brasil 200, Gabriel Kanner. O grupo é apresentado como apartidário e composto por empresários e líderes da sociedade que defendem uma agenda liberal para a economia brasileira, com o objetivo de destravar investimentos no país. "Tivemos dificuldade para ganhar capilaridade entre médias e pequenas empresas por conta desse clima de incerteza", disse. "A ideia era dar estímulo à economia no curto prazo e gerar uma onda de confiança, mas precisamos de reforma estrutural", acrescentou.

O projeto – que conta com a presença da deputada federal Joice Hasselman (PSL/SP), a parlamentar mais votada do país, na presidência do conselho – previa a criação de postos de trabalho no primeiro mês do governo Bolsonaro e havia sido lançado em parceria com a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). As 30 mil vagas citadas por Kanner não necessariamente estão ligadas à campanha do Brasil 200. O número é praticamente o total de empregos formais gerados no País no período, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.

Apoiador do instituto, o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, afirma ter aberto cerca de mil vagas nos quatro primeiros meses do ano, mas destaca pretender encerrar 2019 com três três mil. Ele diz que ajudará o Brasil 200 divulgando os projetos nas redes sociais, "tentando mostrar algum caminho que faça diferença". O empresário coloca como principais bandeiras do instituto a desburocratização e a redução da máquina pública.

Dono da Polishop, o empresário João Appolinário conta que criou 40 vagas em janeiro e fevereiro, mas que todas acabaram sendo canceladas. "O setor produtivo depende da economia do País. Não adianta criar um posto de trabalho com o País parado por causa da Previdência"; Appolinário afirma que seu envolvimento no Brasil 200 será uma espécie de mentoria. "Vou participar com ideias".

O instituto tem ainda a colaboração de empresários menores, como Lúcio Flávio Rocha, sem parentesco com o dono da Riachuelo e que possui franquias em shoppings de Sergipe. Ele abriu quatro vagas em janeiro e diz ter se unido ao projeto por não querer "ser refém" do Estado, mas "protagonista".


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