Brasil ampliou as exportações de lácteos durante este ano

Brasil ampliou as exportações de lácteos durante este ano

Embarque de 29,8 mil toneladas, no entanto, fica bem abaixo do volume importado, que chegou a 99,1 mil toneladas de janeiro a setembro

Danton Júnior

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Um dos principais produtores de leite do planeta, o Brasil vive um momento de alta nas exportações. Dados da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, compilados pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), apontam que os embarques de produtos lácteos para fora do país cresceram 30% de janeiro a setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. O volume total chegou a 29,8 mil toneladas, mais do que as 22,8 mil toneladas contabilizadas nos nove primeiros meses de 2020.

Favorecida pela taxa de câmbio, a receita obtida com as exportações cresceu ainda mais, 45%, totalizando 75,8 milhões de dólares até setembro. Os principais produtos exportados no período foram leite em pó integral, leite condensado, cremes de leite e queijos. O Rio Grande do Sul é o maior exportador entre os estados brasileiros, com participação de 29%. O principal destino em 2021 é a Argélia, mercado considerado “bom pagador”. O país africano ampliou suas compras em mais de 500% e hoje recebe um terço das exportações brasileiras.

Por outro lado, o volume de leite importado pelo Brasil continua bem acima dos números de exportação. De janeiro a setembro, entraram no país 99,1 mil toneladas, em sua maior parte de leite em pó. Isso representa uma queda de 4% em relação ao mesmo período de 2020. O valor desembolsado pelo Brasil com importações chegou a 334,9 milhões de dólares desde o início do ano. A grande maioria dos lácteos que entram no país – mais de 80% – continua sendo proveniente de Argentina e Uruguai, a exemplo do que vinha sendo observado nos últimos anos. 

Segundo o secretário executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, a abertura de novos mercados foi intensificada na gestão da atual ministra da Agricultura, Tereza Cristina, incluindo a recente habilitação de embarques para o México, considerado um destino com grande potencial. “O maior desafio é o custo da nossa matéria-prima comparada ao mercado internacional, principalmente Argentina e Uruguai”, observa Palharini. Com relação às importações, de acordo com ele, a tendência é de que sejam mantidas, embora a taxa de câmbio atual acabe desestimulando as operações.


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