Câmara Setorial muda de gestão com desafio de prevenir greening

Câmara Setorial muda de gestão com desafio de prevenir greening

Sem registros da doença, Rio Grande do Sul permanece isolado

Correio do Povo

Representantes do setor também discutiram próximos passos para a prevenção da doença

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A Câmara Setorial de Citricultura da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) elegeu o presidente da Associação Montenegrina de Fruticultores, Pedro Wollmann, como seu novo coordenador. “Estamos em um momento bastante delicado com a questão da possível entrada do greening no Estado, que faz sentido a Secretaria da Agricultura, a Emater e os produtores trabalharem em conjunto”, disse Wollmann na reunião em que foi eleito, nesta quinta-feira (4).

O Rio Grande do Sul nunca registrou casos de greening, também chamada de Huanglongbing (HLB), o que torna o Estado isolado, uma vez que a doença foi detectada na Argentina em 2012 e no Uruguai e Santa Catarina em dezembro de 2022. “Nós, como produtores, sabemos o quão difícil é esse momento, pois se trata de uma doença muito prejudicial à citricultura e vamos lutar em conjunto para tentar afastar esse problema. Essa é a nossa bandeira maior no momento: o combate ao greening”, complementou o novo coordenador. 

Nessa direção, a chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal (DDSV) da Seapi, Rita de Cássia Antochevis, sinalizou que os próximos passos são a capacitação de técnicos da Emater em São Sebastião do Caí e em Encantado a respeito da doença ainda em maio; coletas do inseto vetor do greening, o Diaphorina; e fiscalização em viveiros comercializadores de mudas de cítricas. Estas ações somam-se ao trabalho já feito no Estado, que entre abril de 2022 a abril de 2023 fiscalizou 213 propriedades em 1.800 dos 34 mil hectares de citros plantados (21 mil de laranja e 13 mil de bergamota), o que corresponde a 5%.

A Seapi também faz um trabalho de fiscalização em seis barreiras fitossanitárias em pontos de tráfego de cargas para o Rio Grande do Sul. “No posto de Torres, a fiscalização das cargas é de 24 horas, por ser o de maior movimentação no Estado. Nos outros há equipes volantes”, diz Rita. No último ano também foram promovidas 14 campanhas de educação sanitária, de forma presencial e on-line. “Uma delas teve alcance de mais de mil pessoas. Essa divulgação é muito importante, porque não conseguimos estar em todas as propriedades que cultivam citros, e é fundamental que os agricultores possam reconhecer os sintomas da doença e recorram à Seapi”, relata a chefe do DDSV. 


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