Áreas de ILPF serão mapeadas no RS

Áreas de ILPF serão mapeadas no RS

Ferramenta desenvolvida pela Rede ILPF e pela Embrapa Solos irá monitorar as áreas e os cultivos realizados em sistemas integrados de produção no Estado

Poti Silveira Campos

Evento na sede da Emater/RS, em Porto Alegre, na segunda-feira, dia 15, deu início à Caravana Integração Lavoura-Pecuária-Floresta pelo Rio Grande do Sul

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A Caravana Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), da Rede ILPF, contribuirá para a criação de um mecanismo de monitoramento remoto das áreas que adotam sistemas integrados de produção no Rio Grande do Sul. A iniciativa integra o Plano ABC+RS, cujo objetivo é implantar, até 2030, tecnologias de baixa emissão de carbono em 4,6 milhões de hectares dedicados à atividade agropecuária, sendo 1 milhão de hectares com a tecnologia ILPF.

O monitoramento remoto será desenvolvido por meio do aplicativo ILPF Digital e pelo projeto Geoabc, da Embrapa Solos, destinado a avaliar métodos e técnicas inovadoras na área do sensoriamento remoto e integração de dados espaciais para a detecção dos ILPF e suas variações.

O coordenador do comitê gestor do plano ABC+RS, engenheiro florestal e pesquisador da Secretaria da Agricultura (Seapi) Jackson Brilhante explica que a ferramenta disponibilizará informações sobre a extensão de áreas submetidas ao mecanismo ILPF e em quais atividades o sistema está sendo aplicado.

Com isso, de acordo com o estudioso, haverá maior eficiência no direcionamento dos esforços para diminuir a emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEEs) pela agropecuária gaúcha. O Rio Grande do Sul é o hoje o terceiro estado do Brasil que mais utiliza o ILPF, com 2,2 milhões de hectares, sendo o componente florestal inserido em 15% das propriedades. O ranking é liderado por Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

“A integração lavoura, pecuária e floresta permite ao produtor diversificar a atividade, trazendo renda e maior capacidade de adaptação às mudanças climáticas. O componente florestal proporciona capacidade de adaptação e a possibilidade de produção mesmo ante adversidades climáticas”, salienta Brilhante.

O engenheiro florestal destaca outras vantagens, como o sequestro de carbono, redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, melhoria na qualidade do solo, com capacidade para armazenar mais água, maior capacidade de reciclar nutrientes e alta diversidade biológica. “O componente floresta é fundamental nesse processo”, afirma Brilhante.

A Caravana ILPF também traz ao Rio Grande do Sul o Projeto Integra, já em desenvolvimento no Mato Grosso e em São Paulo, com o objetivo de capacitar profissionais de extensão e de assistência técnica para ILPF. “Estamos ainda conversando, mas está bem maduro. Em maio, está prevista uma reunião com a Rede ILPF, Seapi, Ministério da Agricultura e Emater. A caravana é a primeira etapa desta aproximação, com a identificação dos principais atores e produtores que participarão do projeto”, diz o coordenador.

Caravana ILPF encerra atividades na sexta-feira

As atividades da Caravana ILPF começaram na última segunda-feira, dia 15, em Eldorado do Sul, e vão até sexta-feira, dia 19, em Passo Fundo. As rodadas de palestras e debates sobre a importância da adoção de sistemas de produção integrados passaram por Bagé e Rosário do Sul.

Nesta quinta-feira, serão realizadas também em Ijuí, no Centro de Eventos da Unijuí, e versarão sobre “a importância do componente arbóreo nos sistemas integrados com pecuária leiteira”.

Em Passo Fundo, o encontro ocorrerá na sede da Embrapa Trigo e será dedicado à produção de forragem e às culturas de inverno para o gado leiteiro.

“Um dos exemplos que lembro vem do gado leiteiro, onde é comprovado que a produção aumenta e a qualidade melhora quando as vacas têm mais sombra, mais conforto térmico”, disse a presidente da Emater/RS-Ascar, Mara Saalfeld, durante cerimônia de abertura desta edição da Caravana ILPF no RS, na última segunda-feira, em Porto Alegre.

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