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Verão

Especial

Chuvas provocam erosão em lavouras de trigo do RS

Enxurrada poderá exigir reaplicação de fertilizantes, mas não comprometeu produtividade esperada para safra 2023, que deverá ser a segunda maior da história

| Foto: Divulgação CNA / CP

O ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul nos últimos dois dias trouxe poucos danos aos cultivos de inverno. De acordo com entidades representantes de agricultores, as chuvas intensas deixaram o solo encharcado e causaram erosão e lixiviação (retirada de nutrientes pela água) de fertilizantes utilizados nas lavouras de trigo, mas até o momento não há impacto na produtividade esperada para a cultura. Neste ano, a área plantada com o cereal no Estado é estimada em 1.505.704 hectares e, em 88% desse total, a semeadura já concluída, informa o último levantamento semanal da Emater/RS-Ascar, divulgado na quinta-feira (13).

O coordenador da Comissão do Trigo da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Hamilton Jardim, explica que o plantio no Estado é feito no sistema de resteva da soja (plantio na palha), e as enxurradas “lavam” o fertilizante nitrogenado aplicado na semeadura, o que poderá exigir novas aplicações e, consequentemente, resultar em aumento de custos para os produtores. “A planta sem nitrogênio começa a ter estresse no seu processo de desenvolvimento. Esses são os grandes problemas, além de atraso no plantio para aquelas regiões ainda que não o tinham concluído”, diz o agricultor.

Segundo o diretor executivo da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro-RS), Sergio Feltraco, o trigo semeado no Estado se encontra na etapa de desenvolvimento vegetativo, avançando para a de perfilhamento em algumas regiões produtoras. Na área de abrangência da entidade, que congrega mais de 30 cooperativas, os principais problemas relatados se referem à erosão do solo. “Muitas estruturas de armazenagem também foram afetadas, tanto de cooperativas quanto de particulares, principalmente na região do Celeiro”, observa Feltraco.

Apontada pelos modelos de previsão climática, a expectativa de precipitações acima da média histórica no inverno e na primavera, em razão do retorno do fenômeno El Nino, representa riscos para a triticultura, lembra o secretário executivo. Isso porque o período mais chuvoso deve coincidir com a fase de maturação e com a colheita do cereal. “Esperamos que a intensidade das chuvas não cause transtornos maiores durante o ciclo vegetativo e, especialmente, lá no reprodutivo”, diz Feltraco.

Pelas projeções da Emater, o Rio Grande do Sul deverá colher neste ano 4.548.934 toneladas de trigo a segunda maior safra da história, superada apenas pela de 2022, que totalizou 5.288.030 toneladas.

Patrícia Feiten