Combate aos efeitos da estiagem é pauta prioritária para gaúchos no congresso

Combate aos efeitos da estiagem é pauta prioritária para gaúchos no congresso

Pauta está entre os pleitos não resolvidos na última gestão

Camila Pessôa

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O desenvolvimento de políticas para combater os efeitos da estiagem continua sendo pauta prioritária para o senador Luis Carlos Heinze (Progressistas). O assunto também é importante para o deputado federal Heitor Schuch (PSB), que cita entre as prioridades, ainda, a abertura de portas para a produção de uva e aumentar investimentos na cadeia leiteira.

“Além de um pacote emergencial (para a estiagem), é necessário buscarmos uma solução definitiva e isso passa pela construção de reservatórios de água”, diz Heinze. O senador afirma que o último governo retomou projetos importantes de infraestrutura, como a construção de rodovias e a BR do Mar, além de ter ampliado recursos para o Plano Safra. Ao mesmo tempo, não está tão confiante para o andamento desse tipo de projeto no novo governo. “A expectativa para gestão Lula não é tão positiva, pois esta concentra tudo no Estado além de dividir o setor rural em dois ministérios”, diz.

“Não sabemos como vai ficar o complexo rodoviário e a hidrovia de Lagoa Mirim, entre tantos outros projetos de infraestrutura que são vitais para que possamos escoar a nossa produção. De minha parte, seguirei destinando recursos e cobrando investimentos”, diz o senador. Ao mesmo tempo, Heinze considera o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, “um grande conhecedor da produção agrícola”, portanto acredita que o ministro vai contribuir para atender as demandas do setor.

O senador também afirma que vai debater a “garantia de recursos para equalização do atual plano safra, do que será anunciado no meio do ano e também para o seguro rural”. Ainda, ele diz que a partir deste ano o direito à propriedade vai ser uma pauta constante nas discussões. “Precisamos aprovar, ainda no primeiro semestre, projetos que tratam da regularização fundiária, do licenciamento ambiental, da nova lei dos pesticidas e o que regula a produção de bioinsumos”, prioriza.

Já para Schuch, é importante trabalhar para que haja investimento o suficiente para suprir toda a demanda do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Quando o governo não consegue cumprir a demanda, o agricultor, a indústria e todos os outros elos da cadeia perdem”, afirma. Ainda, reconhece que houve um avanço na questão fundiária no último governo, com grande volume de entrega de títulos de terra.

Para o deputado, a agricultura, em especial familiar, tem diversas pautas que perduram mesmo com as mudanças de governo, em especial com relação ao plano safra e outras políticas de desenvolvimento agrícola. “Eu diria que na nossa agricultura precisamos de políticas efetivas e permanentes para que o agricultor possa se planejar”, destaca Schuch. De acordo com ele, a esperança do setor com a criação do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) é de que se tenha espaço para debater políticas que vão além das questões discutidas corriqueiramente.

Ele também acredita que Fávaro vai fazer um bom trabalho, por conhecer o setor e ter a vantagem da boa safra que se desenha para este ano. “Já o Paulo Teixeira (nomeado para o MDA) vai patinar mais, porque não vai pegar um ministério pronto, vai ter que começar do zero”, pondera o deputado. Ele espera que tudo esteja bem estruturado pelo menos até maio, para o desenvolvimento do Plano Safra do ano.


Correio do Povo
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