Conab estima que produção de grãos na safra 2022/2023 chegue a 320,1 milhões de toneladas

Conab estima que produção de grãos na safra 2022/2023 chegue a 320,1 milhões de toneladas

Levantamento apresentado pela companhia aponta ganhos de 5% na área cultivada e de 11,8% em produtividade

Correio do Povo

Área plantada de trigo cresceu 11,2%, chegando a 3,4 milhões de hectares

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A estimativa para a produção brasileira de grãos na safra 2022/23 é de 320,1 milhões de toneladas, incremento de 17,4% em relação à safra passada, com volume adicional de 47,4 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, a projeção é de 29,6 milhões de toneladas, 11,2% a mais do que na safra passada. Os dados constam do 11º Levantamento da Safra de Grãos divulgado nesta quinta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O resultado é reflexo da combinação dos ganhos de área e de produtividade das lavouras. A área teve alta de 5% em relação à safra 2021/22, chegando a 78,3 milhões de hectares, e a produtividade média cresceu 11,8%, saindo de 3.656 quilos por hectare para 4.086 kg/ha.

“Esse valor de 320,1 milhões de toneladas se deve, principalmente, ao avanço da colheita do milho segunda safra que vem apresentando produtividades superiores às inicialmente previstas, aliado ao melhor desempenho das culturas ainda em campo. Portanto, reforça o recorde da safra brasileira de grãos”, explica o presidente da Conab, Edegar Pretto.

A semeadura das culturas de inverno foi praticamente finalizada em julho. O trigo registra crescimento de 11,2% na área plantada, chegando a 3,4 milhões de hectares. Com isso, a produção está estimada em 10,4 milhões de toneladas, semelhante ao obtido na safra anterior.

A colheita do milho segunda safra segue avançando e ultrapassa 64,3% da área plantada. Se confirmado, o volume estimado ultrapassa 100 milhões de toneladas, a maior produção já registrada na série histórica. Para a terceira safra, embora existam registros de pontos de estiagem em Alagoas e no nordeste da Bahia, as chuvas regulares de modo geral favorecem o bom desenvolvimento das lavouras. Com o bom desempenho, a colheita total do cereal está projetada em aproximadamente 130 milhões de toneladas, 16,8 milhões de toneladas a mais do que na temporada passada.

Safra de verão

Já o feijão deve ter uma colheita 2,6% superior ao resultado obtido no ciclo 2021/22, estimada em 3,07 milhões de toneladas. Na terceira safra, as condições climáticas vêm favorecendo o desenvolvimento das lavouras, onde prevalecem os estádios de floração, enchimento de grãos e maturação.

Produtos da safra de verão, soja e arroz têm produção estimada em 154,6 milhões de toneladas e 10,03 milhões de toneladas, respectivamente. No caso da oleaginosa, destaques para o Mato Grosso, maior produtor do grão no país, com 45,6 milhões de toneladas, e para a Bahia, estado com a com a maior produtividade com 4.020 kg/ha, resultado do bom pacote tecnológico e condições climáticas extremamente favoráveis. Para o arroz, mesmo com o clima mais favorável, a redução observada na produção se deve ao plantio de uma área 8,5% inferior.

No levantamento, a Conab mantém a projeção de exportações recordes para soja em grãos, farelo e óleo. Para o grão, estima-se o embarque de aproximadamente 95,64 milhões de toneladas, 17 milhões a mais do que em 2022. As estimativas também apontam que 21,8 milhões de toneladas de farelo e 2,6 milhões de toneladas de óleo tenham como destino o mercado internacional. Diante deste cenário, os estoques finais da oleaginosa devem ficar em torno de 7,17 milhões de toneladas.

Estimativa recorde também para as exportações de milho. Com a demanda externa pelo cereal brasileiro aquecida, a projeção é que 50 milhões de toneladas sairão do país. Confirmado o resultado, o volume exportado pelos agricultores brasileiros na safra 2022/23 será maior que as exportações realizadas pelos Estados Unidos. Ainda assim, a produção recorde do grão permite que haja uma recuperação de 30% nos estoques ao fim do atual ano safra, sendo estimados em 10,5 milhões de toneladas.


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