Consultoria projeta crescimento de 20% em exportações de soja

Consultoria projeta crescimento de 20% em exportações de soja

Total exportado deve ser de 93 milhões de toneladas

Camila Pessôa

Negociações devem acelerar com avanço da colheita

publicidade

A projeção para exportações de soja brasileira em 2023 é de 93 milhões de toneladas, o que sinaliza um aumento de 20% em relação a 2022, que teve 77,2 milhões de toneladas, como divulgado nesta segunda-feira pela consultoria Safras & Mercado. A previsão anterior era de 91,5 milhões de toneladas. De acordo com o analista de soja da consultoria Luiz Fernando Gutierrez Roque isso se dá porque há boas expectativas de safra. “Esperamos uma safra cheia, mesmo com atenção ao La Niña, e por isso podemos retomar o mercado exportador em 2022”, afirma Roque. Ainda, ele avalia que o Brasil vai fechar o ano com uma exportação menor do que poderia, pela quebra de safra nos estados do Sul.

Porém, fora da região Sul, Roque lembra que os produtores tiveram uma boa safra, assim estão capitalizados e com estoque, sem necessidade de venda antecipada. O analista explica que isso causou um atraso nas negociações para a nova safra, mas alerta que os preços da safra disponível estão chegando a seu limite e a chegada da produção dos Estados Unidos é esperada para o fim do ano. Assim, o analista avalia que as negociações devem avançar com o progresso da colheita, uma vez que os produtores com estoque vão se ver obrigados a vender. A entrada da safra do país norte americano pode causar uma queda na demanda externa, que deve começar a subir novamente em março.

Quanto aos preços, a consultora da Tarken Dalila Bié lembra que estavam em queda na semana passada, com recuperação na sexta-feira. Segundo ela, como há previsão de chuvas por todo o Brasil para os próximos 10 dias, o mercado futuro pode apresentar baixas, principalmente se as previsões se confirmarem. Dalila também lembra que em outubro houve uma queda de 15% em exportações da China em relação ao mesmo mês do ano passado. Até agora, este ano, a China importou 2,8 milhão de toneladas da commodity, ante 3,3 milhões no ano passado, o que também pode influenciar para preços em baixa. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895