Cultivos florestais mostram avanço no Estado
Discussão sobre mudança climática aponta perspectivas para expansão de florestas plantadas em 2023, avalia Ageflor
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Entre 2015 e o ano passado, a área plantada com cultivos florestais no Rio Grande do Sul passou de 600 mil hectares para 935 mil hectares. Desse total, 592 mil hectares são áreas de eucalipto, 289 mil hectares constituem florestas de pínus e 50 mil hectares são ocupados pela acácia-negra. Os dados são de um relatório apresentado ontem pela Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor) e mostram que o setor vem conseguindo crescer apesar das restrições representadas pelo zoneamento ambiental, avalia o presidente da entidade, Luiz Augusto Alves.
De acordo com o relatório, realizado em parceria com a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e outras entidades do setor, com base em levantamentos de satélite, os plantios florestais estão presentes em 492 dos 497 municípios gaúchos. Encruzilhada do Sul, São Francisco de Paula e Piratini lideram esse segmento, sendo responsáveis por 6,6%, 4,6% e 4,3% do total plantado no Estado, respectivamente. “É uma atividade que está bem distribuída, mais na região sul e na Serra, mas todos os municípios têm algum cultivo florestal”, explica Alves.
O documento também destaca avanços socioambientais, citando dados da Fepam relativos ao ano de 2021. De acordo com o relatório, os 5.385 empreendimentos licenciados para atividades silviculturais no Estado são responsáveis pela conservação de 395 mil hectares, distribuídos entre Áreas de Preservação Permanente e Áreas de Vegetação Nativa. “Temos no Rio Grande do Sul em torno de 1 milhão de hectares de áreas conservação. O setor florestal tem 40% desse total, então, isso destaca a sua importância para a conservação das florestas nativas e as áreas de conservação permanente”, diz o presidente da Ageflor.
Outro dado apresentado no relatório refere-se ao valor da produção silvicultural gaúcha, que era de R$ 1,5 bilhão em 2019, avançou para R$ 1,7 bilhão em 2020 e chegou a R$ 2,32 bilhões no ano passado. “Embora a área plantada não tenha evoluído muito (desde 2015), o valor da produção que é gerado pelo setor aumentou 50%”, observa Alves. Para o presidente da Ageflor, as negociações que marcaram a 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP-27, realizada neste mês em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, apontam um grande potencial para a expansão das florestas plantadas em 2023. Um dos incentivos, segundo o executivo, é o Plano ABC desenvolvido pelo governo federal, que prevê, entre suas metas, a ampliação da área de reflorestamento no país em 3 milhões de hectares.