Estiagem já concretiza perdas para olerícolas

Estiagem já concretiza perdas para olerícolas

Quebra é de até 50% em algumas regiões do Estado

Correio do Povo

Alface está entre as culturas com maiores prejuízos

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Após a estiagem ter causado perdas para algumas das principais produções agropecuárias do Estado, em especial a do milho e, na pecuária, do leite, “agora começam as olerícolas”, comenta o diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri. Em regiões como a de Erechim, as perdas calculadas para as hortaliças são de até 50%. Culturas como a de alface, couveflor, brócolis, rúcula e temperos verdes estão entre as mais afetadas, segundo o relatório conjuntural da entidade. 

Rugeri explica que as olerícolas têm um cenário diferente das outras culturas: uma vez que se desenvolvem em ambientes protegidos e muitas vezes irrigados, são mais prejudicadas pelas altas temperaturas que pela falta de chuvas. “Com temperaturas nestes patamares elas têm dificuldades”, salienta. “Tudo o que está plantado tem prejuízo, mas como a estiagem vai se alongando, depende do estágio da cultura”, completa.

O feijão também está entre as culturas mais afetadas, já com perdas avaliadas em 45% na região de Pelotas; de entre 30% e 35% em Bagé e Santa Maria; de até 25% nas regiões de Erechim, Frederico Westphalen e Ijuí; de 10% a 15% em Lajeado, Passo Fundo, Santa Rosa e Soledade; e de 5% em Porto Alegre. Outra cultura que começa a ter prejuízos é o arroz, em especial nas regiões de Bagé e Pelotas, com perdas estimadas de 7% e 8%, respectivamente; em Lajeado, Santa Maria e Soledade a projeção é de até 4%; por outro lado, em Porto Alegre, a estimativa inicial de safra se mantém.

Esta estiagem tem característica desuniforme: enquanto há regiões com bastante dificuldades, outras não foram prejudicadas, como explica Rugeri. “Tem dado esse cenário diferente, então está bem complexo”, comenta. Segundo ele, para que não haja mais perdas e as culturas possam se recuperar (em parte) são necessárias chuvas bem distribuídas, de volume acima de 50 milímetros e intensidade pelo menos moderada, por um período de tempo mais longo do que se tem observado. 


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